Embaixada: MPF entra com ação para barrar indicação de Eduardo Bolsonaro

O Ministério Público Federal entrou com uma ação na Justiça para impedir que Jair Bolsonaro indique o filho Eduardo para embaixada do Brasil nos Estados Unidos.

A ação civil pública proposta pela procuradora da República, no Distrito Federal, pede que ao menos três critérios sejam adotados na escolha de embaixadores: que o escolhido tenha mérito em atividades diplomáticas, que tenha prestado serviços relevantes na diplomacia brasileira e que possua, no mínimo, três anos de experiência na área.

A juíza que recebeu a ação deu prazo de até dez dias para que a União se manifeste - e só então irá tomar uma decisão sobre o caso.

O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), que relata matéria sobre servidores públicos na Câmara dos Deputados, incluiu no texto uma proposta proibindo a nomeação de parentes de até terceiro grau para o cargo de ministro de Estado e Embaixador.

"Acho que a indicação é completamente contrária aos que a população espera, passa o recado de que a coisa pública pode ser utilizada para interesses provados pelo próprio presidente da República e de que você não precisa de currículo ou capacidade técnica", argumenta o deputado.

Atualmente, há treze indicações para embaixadas que nem começaram a tramitar no Senado, porque o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, ainda não fez a leitura em Plenário - alguns indicados já aguardam há quatro meses.

Outros cinco candidatos já foram sabatinados na Comissão de Relações Exteriores e esperam a votação dos senadores.

Ainda nesta segunda-feira (12), durante a inauguração de uma obra no Rio Grande do Sul, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a nomeação do filho. "Não é nepotismo, está decidido pelo Supremo. Eu não ia cometer um crime. Você acha que eu seria irresponsável de colocar um filho meu numa furada?".

O presidente ainda não oficializou a indicação de Eduardo Bolsonaro ao cargo, que deve ser enviada ao Senado nos próximos dias.

SBT