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França, Finlândia, Argentina e mais: saiba a opinião internacional sobre as queimadas na Amazônia

França e Irlanda ameaçaram vetar acordo; Chile, Argentina e Colômbia ofereceram ajuda

Por Redação T5 Publicado em
Desmatamento Amazonia satelite
Focos de fumaça em vários estados da região da Amazônia. Focos de fumaça em vários estados da região da Amazônia. Fotos: Aqua/Nasa

A crise que ocorre na Amazônia nas últimas semanas tomou grandes proporções e já repercutiu internacionalmente. Presidentes europeus e latino-americanos, celebridades e veículos de fora do Brasil se manifestaram sobre o assunto, em sua maioria demonstrando preocupação com os incêndios na floresta.

O primeiro-ministro da Irlanda e o presidente da França, por exemplo, ameaçaram vetar o acordo entre União Europeia (UE) e Mercosul caso o Brasil não projeta a Amazônia. Já países como Chile e Colômbia ofereceram ajuda ao presidente Jair Bolsonaro para combater as chamas que se alastram pela floresta.

O acordo entre UE e Mercosul – que inclui Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai – foi fechado em junho, após 20 anos de negociações.

Saiba a opinião de alguns países sobre a questão:

Reino Unido

O primeiro-ministro do Reino Unido e líder do Partido Conservador, Boris Johnson, se manifestou em suas redes sociais nesta sexta-feira (23). “Os incêndios que estão devastando a floresta amazônica não são somente de cortar o coração, eles são uma crise internacional”, escreveu.

“Nos colocamos a postos para providenciar qualquer ajuda necessária que pudermos para deixar as chamas sob controle e proteger uma das maiores maravilhas da Terra”, continuou.

Finlândia

A Finlândia, país que tem a presidência rotativa da União Europeia (UE), afirmou também nesta sexta que pretende encontrar uma forma de fazer o bloco banir a importação de carne brasileira por causa da devastação causada pelos incêndios.

“O ministro de Finanças Mika Lintila condena a destruição da floresta amazônica e sugere que a UE e a Finlândia devam urgentemente rever a possibilidade de banir as importações de carne bovina brasileira”, declarou, em um comunicado, o Ministério das Finanças da Finlândia.

França

Depois de publicar uma imagem antiga de queimadas na região amazônica, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse que Jair Bolsonaro “mentiu” sobre seus compromissos ambientais e por isso vai se opor à assinatura do tratado de livre-comércio entre União Europeia e Mercosul.

“Dada a atitude do Brasil nestas últimas semanas, o presidente só pôde constatar que o presidente Bolsonaro mentiu durante a cúpula de Osaka” do G20, disseram as fontes ouvidas pela EFE.

Na última quinta-feira, o presidente francês pediu que o assunto seja o primeiro a ser debatido pelos chefes de Estado durante o encontro do G7.

Irlanda

O primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, disse nesta sexta-feira (23) que o governo irá se opor ao acordo de livre-comércio entre União Europeia (UE) e Mercosul caso o Brasil não cumpra seus compromissos ambientais e não proteja as florestas da Amazônia. “Estou muito preocupado porque neste ano vimos níveis recorde de destruição na região pelo fogo”, declarou.

Para Varadkar, a postura do governo brasileiro de permanecer “por enquanto” nos acordos climáticos de Paris “levantará as antenas em toda a Europa”.

“Não podemos pedir aos agricultores irlandeses e europeus que utilizem menos pesticidas, menos adubos, promovam a biodiversidade, plantem mais nas suas terras, e esperar que façam isso se não promovemos acordos comerciais condicionados a padrões ambientais e trabalhistas decentes”, disse.

Chile 

No Chile, o governo se ofereceu, nesta quinta-feira (22), para ajudar o Brasil e a Bolívia a combater as queimadas que se alastram pelos países. A  oferta havia sido feita inicialmente pelo ministro da Agricultura do país, Antonio Walker, e depois foi reforçada pelo presidente, Sebastián Piñera.

“O Brasil está sendo afetado por incêndios florestais na Amazônia que são de enorme magnitude e põem em risco a saúde do nosso planeta. Por isso ofereci ao presidente Jair Bolsonaro a colaboração do Chile para ajudar esse país irmão e amigo a combatê-los com maior eficácia e força”, declarou Piñera.

Ele afirmou, ainda, que também conversou com o presidente da Bolívia, Evo Morales, sobre o assunto.

Colômbia

O ministro do Meio Ambiente da Colômbia, Ricardo José Lozano, informou que propôs aos governos do Brasil, Bolívia, Equador e Peru a realização de um projeto conjunto de prevenção contra os incêndios que se propagam pela Amazônia.

Segundo o ministro, a Colômbia “já tem bons resultados na luta contra o desmatamento”. O país registrou 197.159 hectares desflorestados de florestas naturais no ano passado, o que representa uma redução de 22.814 hectares a respeito dos 219.973 hectares de 2017. Lozano explicou que, atualmente, é implementada “a política preventiva nas florestas” para evitar as queimadas.

A Amazônia representa 25% da superfície do continente e é a maior floresta tropical do mundo. A região possui 7,4 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente a 5% da superfície total da Terra e a quase o 25% do continente americano.

Cerca de 60% desse território está em solo brasileiro. A Amazônia é compartilhada por Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.

Espanha 

De acordo com a porta-voz do governo da Espanha, Isabel Celaá, o país observa com “preocupação os incêndios na Amazônia”, por isso o Executivo se mantém “em contato permanente com o governo brasileiro e ofereceu sua cooperação”.

A porta-voz lembrou que na “Amazônia, patrimônio universal, atualmente foram registrados mais de 72 mil focos de incêndio, com 88% de superfície queimada e desflorestada”. Ela afirmou que o problema afeta, além do Brasil, o Paraguai e a Bolívia. “Consideramos a floresta um bem público global e mostramos toda a nossa disposição para a cooperação”.

Argentina

Fontes oficiais do governo da Argentina também ofereceram ajuda para combater as queimadas florestais.

“O governo argentino, ratificando o compromisso na luta contra a mudança climática e pela conservação da biodiversidade, ofereceu através do presidente Mauricio Macri a colaboração a nossos países vizinhos no combate dos incêndios florestais na Amazônia que afetam recursos importantíssimos para o cuidado da nossa casa comum”, indicou a Secretaria de Meio Ambiente em nota.

O Executivo declarou que deve honrar os compromissos assumidos no Acordo de Paris sobre Mudança Climática e no Convênio de Diversidade Biológica, não só fortalecendo suas políticas ambientais “portas adentro”, mas também em um “esforço comum” com os países vizinhos.

A Argentina disse que, assim como já colaborou com o Chile, coordenando e compartilhando recursos, equipamento e informação para o atendimento de emergências ambientais, agora conta “com capacidade operacional e a decisão política para oferecer” à Bolívia e ao Brasil “a colaboração necessária para enfrentar a difícil situação que transitam”.

Por outro lado, a Secretaria afirmou que “vem monitorando de forma permanente a situação de ocorrência de incêndios florestais” na Argentina.

* Com informações da EFE e Jovem Pan



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