Bolsonaro diz esperar que Congresso brasileiro seja um dos primeiros a aprovar acordo UE-Mercosul
Na UE, o acordo deve passar por votação no Parlamento Europeu
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo (30) esperar que o Congresso brasileiro seja um dos primeiros a aprovar o acordo entre Mercosul e União Europeia, anunciado durante a reunião do G20 no Japão.
Ao chegar ao Palácio da Alvorada após viagem para participar da cúpula, o mandatário disse que a missão foi cumprida e que os termos do acordo devem começar a valer em dois ou três anos.
"Missão cumprida, atingiu todos os objetivos. Houve a concretização do [acordo entre União Europeia e] Mercosul, e as informações que tenho são as melhores possíveis. Entra em vigor em 2 ou 3 anos, mas depende dos parlamentos. Vamos ver se o nosso aqui talvez seja um dos primeiros a aprovar, espero", disse.
As declarações foram dadas pelo presidente ao chegar ao Palácio da Alvorada após a viagem ao encontro na Ásia. Anunciado após cerca de 20 anos de negociação, o acordo comercial agora passará por revisão técnica e jurídica dos termos fechados. Só neste ponto será definida uma data para assinatura efetiva do acordo.
Depois disso, os presidentes dos países do Mercosul enviam o acordo para o Congresso. Na UE, o acordo deve passar por votação no Parlamento Europeu.
Segundo o presidente, é necessário facilitar o comércio para exportação de carne brasileira a países asiáticos. Ele falou que, na viagem ao Japão, convidou autoridades daquele país ao Brasil e falou que vai oferecer carne brasileira aos convidados.
"Como eles vão para o Chile, pedi que passassem por aqui e eles falaram que passarão. Pedi que passem na hora do almoço que eu quero ofertar um churrasco com carne brasileira. Porque o churrasco que eu comi lá, com carne australiana, não tem graça. É um churrasco genérico", disse em tom de brincadeira.
Bolsonaro foi perguntado sobre o militar preso na Espanha com cocaína que fazia o apoio da viagem presidencial. Segundo o mandatário, o episódio poderia acontecer "em qualquer instituição".
"Está sendo investigado. Jogou fora a vida dele, jogou na lama o nome de instituições, prejudicou o Brasil um pouco. Mas acontece em qualquer lugar do mundo, em qualquer instituição. Lamento todo o corrido. O grande lamento é que não foi na Indonésia", disse, se referindo ao país com pena de morte para tráfico de drogas.
O presidente ainda falou que quer iniciar o plano de transformar a Baía de Angra em uma "Cancún brasileira", mas que para isso enfrenta dificuldades legais. A área é protegida por legislações ambientais. "Gostaria de começar logo nosso plano de transformar a Baía de Angra numa Cancún brasileira. Mas para revogar um decreto botaram numa lei que tem que ser outra lei. Um absurdo. O aparvalhamento não é só de gente não Brasil, é de legislação", disse.
O mandatário afirmou que as legislações existentes hoje preveem uma grande quantidade de conselhos, que abrigariam uma grade quantidade de membros, e que precisa enfrentar isso "devagar". "Foram amarrando [a lei] e tem uma quantidade enorme de conselhos. Têm ministérios que têm 200 pessoas em conselho, o equivalente a um terço do parlamento. Não tem como resolver. É muito difícil, tem que lutar contra isso devagar", disse.
Perguntado sobre as manifestações de hoje em favor de Sergio Moro (ministro da Justiça), Bolsonaro afirmou que o povo tem direito de se manifestar e que a união entre os poderes impulsionaria o Brasil. "É um direito de o povo se manifestar. Eu costumo sempre dizer. A união dos três poderes precisa fazer parte de nós. Está no coração, no sentimento nosso. Uma coisa que pode levar o Brasil ao local de destaque que merece", afirmou.