Após redução da gasolina, Bolsonaro elogia presidente da Petrobras e nega interferência
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Um dia após a Petrobras anunciar o segundo corte no preço da gasolina em uma semana e redução no diesel, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse neste sábado (1º) confiar no dirigente da estatal, Roberto Castello Branco, e voltou a negar qualquer interferência do governo na petrolífera. Bolsonaro parou para falar com jornalistas após participar de um almoço com colegas militares em Brasília.
Após dizer que não entende nada de economia e que "quem entendia afundou o Brasil", em referência à ex-presidente Dilma Rousseff, o capitão reformado comentou a redução nos combustíveis anunciada pela Petrobras na sexta-feira (31). "Ontem [sexta-feira] eu almocei com os caminhoneiros. Chegou o final da tarde, entrou em contato comigo o presidente da Petrobras e anunciou uma diminuição média de 6% na refinaria do diesel e da gasolina, uma boa notícia", disse.
"Agora você pode ver, isso tem a ver com o preço do petróleo lá fora, o valor do dólar, então a gente não vai interferir na Petrobras." Em abril, a Petrobras segurou por alguns dias um reajuste nos preços de combustível após pedido de Bolsonaro a Castello Branco. A intervenção fez a estatal perder R$ 32 bilhões em valor de mercado.
Neste sábado, Bolsonaro falou sobre a controvérsia. "Quando houve aquele episódio, eu liguei para ele. [Falei] Hoje é o centésimo dia, estamos fazendo uma festa de 100 dias de governo. Você quer botar diesel no meu chope? E ele resolveu não anunciar naquele dia e anunciar na terça-feira. E assim foi feito. Não houve essa interferência." Bolsonaro afirmou que seu papel se limita a demitir ou não o presidente e seus diretores, mas descartou que pense nisso. "Para que fazer isso? Eu confio no Castello Branco, indicado pelo Paulo Guedes, é uma pessoa que está sendo 10, no nosso entendimento."
O presidente reforçou que quer sinalizar a quem for investir no país que não há intervenção na estatal e aproveitou para alfinetar novamente Dilma. "Não vamos interferir. Eu não sou aquela outra candidata, ou melhor, presidente de saia, como alguns tentaram pejorativamente me tachar, não existe isso", disse. Desde março, a Petrobras pratica prazos mínimos de 15 dias para reajustes no preço do diesel. Já a política de preços da gasolina prevê prazos máximos de 15 dias para alterações.
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