Funcionário xingado em lanchonete registra ocorrência contra jovens acusadas
Vídeo circulou as redes sociais nesta terça-feira (2)
O funcionário de uma lanchonete, que recebeu ofensas de duas jovens no momento em que limpava o chão, registrou ocorrência na 54ª DP, na Baixada Fluminense, nesta quinta-feira (4).
A advogada do rapaz, Luciana Mauricio, afirmou discordar "de alguns conceitos doutrinários", mas ressaltou que o caso se enquadra em injúria racial. Ela fez um pedido para que uma das envolvidas responda pelo crime de racismo pela Lei Caó.
O registro para a ex-namorada do funcionário foi de "injúria qualificada", porque de acordo com a advogada, ela atingiu o rosto dele com dois tapas no rosto.
A Polícia Civil informou, através de nota, que o caso está sendo investigado e todos os envolvidos vão prestar depoimento.
Entenda o caso
Um vídeo de duas jovens em uma lanchonete destratando um funcionário percorreu as redes sociais, nesta terça-feira (2). Nas imagens, elas aparecem dizem coisas como “lambe o chão” ou “isso mesmo, limpa, babacão."
Uma das envolvidas postou um outro vídeo e afirmou que "não era porque o menino era preto não, porque ainda tem pretos bonitinhos, mas ele é um preto feio horroroso".
A outra jovem presente no vídeo, se posicionou sobre a situação e disse: "Eu namorei com esse rapaz durante seis anos da minha vida. São seis anos com ele, não foram quatro dias, não foi uma semana. Eu conheço ele há oito anos. Não é qualquer coisinha não. Ele sabe que não sou racista. Ele está ciente disso. O mesmo sabe que eu sempre lutei contra isso. Qualquer coisinha eu já fazia um "auê". Eu realmente tomei decisões naquele dia que não foram legais, atitudes horríveis. Por isso estou pedindo desculpas a ele, estou pedindo desculpas para quem se ofendeu, para quem está tomando as dores.”
Ela contou que o funcionário não foi demitido, como estava sendo divulgado e continuou: "E não adianta falar agora que não adianta mais. Adianta sim. Quando você se arrepende do que fez, você é perdoado. Eu estou arrependida e quero que isso acabe. Não me mandem mais mensagens. Eu não vou acabar com as minhas redes sociais, eu não fui racista.”
Em nota, a lanchonete garantiu que "repudia qualquer tipo de discriminação ou assédio e lamenta que cenas como essa, até hoje, ainda sejam vistas nas relações entre pessoas. O funcionário segue trabalhando normalmente na empresa, sendo inverídicas as declarações de desligamento dele. Para preservar sua privacidade, será não divulgado o local do ocorrido, mas está à disposição para qualquer esclarecimento na apuração dos fatos".