Bolsonaro diz que 'ainda não é o caso' de tomar decisão sobre ministro do Turismo
De acordo com o presidente, qualquer medida só será tomada ao final do inquérito da Polícia Federal e com "provas robustas".
O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta sexta-feira (5), que "ainda não é o caso" de tomar alguma decisão sobre o futuro do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, envolvido em um esquema de candidaturas laranjas do PSL.
Segundo Bolsonaro, qualquer medida só será tomada ao final do inquérito da Polícia Federal e com "provas robustas".
A Folha de S.Paulo mostrou nesta sexta-feira que, após 30 dias de investigação, a Polícia Federal vê elementos de participação de Álvaro Antônio no esquema montado na eleição de 2018.
"O que acertei com todos os ministros desde o começo, conversei também com o ministro [Sergio] Moro, é que, em havendo um final de um inquérito, uma conclusão com provas robustas, conclusão final do inquérito, toma a decisão", afirmou Bolsonaro nesta tarde.
O presidente disse que, "por enquanto, não é o caso".
"Eu já fui acusado de quantas coisas, meu Deus do céu? Acho que só de corrupção eu não fui acusado até hoje. O resto, misógino, racista, fascista, homofóbico, xenófobo, tudo que se possa imaginar. Sou réu no Supremo numa ação que, pelo amor de Deus, né, mas tudo bem. Faz parte da vida", disse Bolsonaro.
Investigadores apuram inicialmente a suspeita do crime de falsidade ideológica. Outro crime em apuração é o de lavagem de dinheiro.
Depoimentos prestados (entre eles o de um nome inédito até aqui), áudios obtidos pela PF e documentos colhidos levam a investigação do caso ao ministro do Turismo do governo Jair Bolsonaro. O próximo passo é aprofundar as investigações para identificar qual foi a participação do ministro em eventuais crimes.
A Folha de S.Paulo revelou em fevereiro que Álvaro Antônio, que era presidente do PSL em Minas Gerais na última eleição, patrocinou um esquema de candidaturas de laranjas com uso de verba pública eleitoral. Ele nega irregularidades.
O jornal mostrou também outros casos em Pernambuco. O escândalo levou à queda do ministro Gustavo Bebianno da Secretaria-Geral da Presidência –ele era presidente nacional do PSL no ano passado.
FolhaPress