Febre Amarela: mesmo com campanhas informativas, pessoas estão matando macacos
O medo de contágio da doença tem sido a motivação dos crimes
Mesmo após diversas campanhas informativas falando que os macacos não são transmissores da Febre Amarela, continua subindo o número de animais que são encontrados mortos no Rio de Janeiro. O medo de contágio da doença tem sido a motivação dos crimes.
O estado, que já confirmou oito mortes pelo vírus, apresenta os números que já contabiliza 131 macacos – vítimas da doença, assim como os humanos – mortos pela violência desde o início do ano. Segundo dados da Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses do Rio de Janeiro (Subvisa), 69% dos animais encontrados, tinham sinais de ataques humanos, por meio de espancamento ou de envenenamento. Os dados apresentam ainda, que 32 dos 131 macacos mortos foram encontrados somente na capital carioca.
Em entrevista para ao jornal El País, Márcia Rolim que é médica veterinária e subsecretária municipal de Vigilância Sanitária no Rio diz que “As pessoas que estão matando macacos estão atrapalhando o monitoramento da doença. O grande vilão, o transmissor, é o mosquito, não o macaco”.
A especialista lamenta que sua equipe esteja saindo mais para recolher animais assassinados e não doentes para poder seguir o rastro do vírus e outras doenças. “O animal, além de ser vítima da doença, é meu indicador. É através dele que as autoridades sabem onde começar a vacinação ou as campanhas para evitar a proliferação de mosquitos para não deixar o vírus chegar ao homem”, explica.
Nas redes sociais, órgãos ambientais e internautas realizam campanhas para conscientizar a população. As ações reforçam que os primatas ajudam a mapear a presença do vírus no ambiente e não transmitem a febre amarela. Pelo contrário, também são vítimas do mosquito infectado por meio da picada.