ONGs alagoanas enfrentam dificuldade para cuidar de animais de rua durante pandemia
Com o fechamento de restaurantes e estabelecimentos similares, muitos animais de rua estão sem ter local para buscar alimentação
Com a pandemia do novo Coronavírus, Organizações Não Governamentais (ONGs) que trabalham com animais de rua estão com dificuldades para receber doações para manter o atendimento e relatam o aumento do abandono desses animais.
“Com o fechamento de restaurantes e estabelecimentos similares, muitos animais de rua estão sem ter local para buscar alimentação”, explica Meryvania Nogueira, que fundou o abrigo Animal Esperança, localizado no conjunto Village Campestre há 7 anos.
Eles estão fazendo campanha pelas redes sociais para que as pessoas não deixem de doar. “Agora a gente tem que esperar pelas doações das pessoas e rezar que as coisas cheguem. Os animais é que sofrem com tudo isso. Nós temos esperado por milagres.”
Pra ajudar esses animais, o Instituto Amigo da Natureza (Inan), em Coruripe, está promovendo uma campanha para reforçar que as pessoas não deixem de alimentá-los.
“Estamos anunciando em rádio e pedindo para que as pessoas doem ração ou, caso não possam, coloquem em suas portas pratinhos com comida e água para esses animais”, explica Marcos Lima, presidente do Inan.
“A campanha começou há pouco mais de uma semana e graças a Deus está dando certo. Aqui na cidade há centenas de animais pelas ruas e praças da cidade. O pessoal tem ajudado com a ração, mas é mesmo muito difícil. E os animais estavam morrendo de fome aqui na cidade”, diz Lima.
Meryvania explica ainda que, além da diminuição de saída das pessoas de casa para realizar a ajuda por causa da quarentena, há ainda a desinformação, que tem provocado o abandono desses animais.
“As pessoas precisam se informar. Eles colocam os animais na porta dos abrigos, se desfazendo dos bichos. Elas acham que o animal também é um vetor transmissor da doença, isso não é verdade. O vírus ataca o estômago dos animais, e não a via respiratória, eles não infectam ninguém”, explica.
“Não estamos em quarentena, estamos no abrigo pra alimentar e cuidar dos animais, sem conseguir atender a demanda. Está sendo uma dificuldade muito grande e a sociedade tem que entender que os animais são os menos culpados. Então, descartar os animais na porta dos abrigos não vai resolver o problema”, desabafa.