Viagem de pesquisadores à Alagoas para estudar rachaduras é cancelada pela CPRM
Em 2019, a CPRM concluiu que a principal causa do surgimento das rachaduras é a atividade da Braskem na região para extração de sal-gema
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) cancelou a viagem dos pesquisadores para Maceió para estudar o avanço das rachaduras nos bairros Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto. A media é para proteger os profissionais do novo coronavírus.
Em 2019, a CPRM concluiu que a principal causa do surgimento das rachaduras é a atividade da Braskem na região para extração de sal-gema -- um tipo de cloreto de sódio utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC.
Segundo informações da assessoria, a CPRM adotou uma série de medidas para garantir a saúde dos seus pesquisadores, conforme orientações do Ministério da Saúde. Por isso, todas as viagens e deslocamentos das equipes previstas para ser realizadas até 31 de março estão suspensas.
A viagem só deve ser remarcada após a pandemia da Covid- 19, doença causada pelo novo coronavírus, ser controlada.
A assessoria reforça que o último relatório feito pelos pesquisadores já foi encaminhado às autoridades locais. Os pesquisadores virão para tirar as dúvidas existentes relacionadas às últimas informações desse estudo.
A viagem havia sido confirmada no dia 13, para apresentar para as autoridades dados que indicam o avanço das rachaduras.
Em uma nota técnica que atualiza o monitoramento da instabilidade dos terrenos nos quatro bairros, o coordenador da equipe de pesquisadores da CPRM, Thales Sampaio, recomenda ações:
1 - Para monitoramento do avanço dos colapsos das cavidades é necessária a instalação de uma rede sismográfica de alta resolução, com sensores em subsuperfície que não sofram com o ruído ambiental do meio urbano. A velocidade de avanço dos processos no futuro é de difícil previsão, cabendo o princípio da precaução na preservação da vida dos habitantes;
2 - Vistorias contínuas, que possibilitem a atualização constante do estágio de desenvolvimento do processo, dando subsídio às tomadas de decisão.
O órgão reforçou a necessidade da instalação de uma rede sismográfica de alto detalhe, com sensores em profundidade, e o acompanhamento do processo contínuo de colapso das cavidades que vem ocorrendo para que possam ser identificadas variações inesperadas no padrão do processo.