Secretário de Saúde de Alagoas fala sobre o caso suspeito de Coronavírus no estado
Secretário disse que "não há motivo para alarde".
O secretário da Saúde de Alagoas, Alexandre Ayres, falou nesta sexta-feira (28) sobre o primeiro caso suspeito no estado da doença Covid-19, causada pelo coronavírus. Ele tranquilizou a população e lembrou que o caso ainda está sob investigação. "Não há motivo para alarde".
"Apesar de tudo o que está existindo, do tumulto da população, a gente está tratando como uma nova gripe. Não há motivo de alarde, não há motivo de desestruturação do dia a dia do cidadão alagoano”, afirmou o secretário Alexandre Ayres.
A suspeita do caso em Alagoas, reconhecida pelo Ministério da Saúde, é referente a um alagoano de 66 anos que voltou da França para Maceió no dia 11 de fevereiro, com um quadro de dor de garganta que evoluiu depois para fraqueza, dificuldade de respirar, tosse e febre.
Somente no dia 26 de fevereiro o paciente procurou atendimento na Santa Casa de Misericórdia de Maceió, onde foi avaliado pela equipe médica e colocado em isolamento domiciliar por apresentar sintomas leves.
Por meio de nota, o hospital informou que adotou "todas as medidas preconizadas, particularmente, na prevenção da transmissão por gotículas".
Em trecho da nota emitida pela Santa Casa, é informado que a unidade de saúde "fez a notificação ao CIEVS (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde) e foi providenciada a coleta de amostras para a realização das análises indicadas com envio de espécimes para o Laboratório de Referência Nacional, seguindo o disposto no Plano Estadual de Contingência que se referencia no Plano Nacional e que a análise das amostras está em curso e tão logo concluída o Ministério da Saúde deverá divulgar o laudo e a classificação final do caso"
O secretário lembrou que há apenas um caso confirmado no Brasil, em torno de outros 200 em análise. “Nós, ainda em fevereiro, baixamos uma portaria onde criamos um grupo de trabalho e passamos a planejar junto com os membros da Secretaria de Saúde e outros órgãos para saber como orientar o profissional para a chegada dessa problemática”, explicou.
Em relação ao uso de máscaras, o secretário descartou essa necessidade. “A gente não pode criar uma situação de alarme onde não existe. O que existe é a necessidade de a gente ter cuidados independentemente do coronavírus, que é lavar as mãos, usar o álcool em gel e higienizar as mãos quando necessário. Nada mais eficaz contra a proliferação desse vírus focar na higienização”.
Voos e navios estão sendo monitorados
Sobre os voos e navios que chegam de países com casos de coronavírus para Maceió, o secretário disse que eles estão sendo acompanhados pelo Estado, em parceria com o Ministério da Saúde e a Anvisa.
“Todos os aviões e navios que tenham vindo dos países já notificados e confirmados, temos um tratamento diferente. Esses cidadãos são examinados e, contendo os sintomas, o Ministério tem que deliberar para que sejam feitos os testes. Então, todo navio que chegar em Maceió ele vai estar com o holofote gigante da rede de proteção e da rede de vigilância”, falou.
Onde procurar atendimento
Para atendimento de possíveis casos suspeitos de coronavírus, a superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Cristina Rocha, disse que as pessoas devem procurar qualquer unidade de saúde próximo de casa.
“O Hélvio Auto [hospital referência no tratamento de doenças tropicais] só recebe pacientes por encaminhamento, por isso a pessoa que tiver a suspeita deve ir a uma unidade de saúde que está preparada para o atendimento e as orientações”, explicou a superintendente.
Questionada sobre a necessidade de leitos de isolamento respiratório, com pressão negativa (que não permitem a saída de ar do quarto para outros ambientes), a diretora médica do Hospital Hélvio Auto, Luciana Pacheco, admitiu que não existe esse tipo de leito, mas lembrou que não é uma recomendação da Anvisa.
“A pressão negativa é mais uma ferramenta do hospital, importante porque atendemos também tuberculose, então essa iniciativa de melhorar a estrutura é para que se atenda todas as pessoas que lá estão. Mas hoje, o Ministério da Saúde não diz que é preciso ter pressão negativa. Idealmente, o que está no documento, o paciente poderia ficar se tiver, mas poucas unidades no Brasil têm essa condição”, falou Luciana.
Em caso de gravidade, a diretora médica disse que o paciente vai ficar no isolamento teto a teto como preconiza a Anvisa, com os equipamentos necessários. Ainda durante a coletiva, o secretário anunciou a implantação de mais leitos de isolamento respiratório, mas não deu prazo.