TV Tambaú
Jovem Pan
Nova Brasil Maceió
º
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

No Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher, veja os dados da violência em Alagoas

Mais da metade das vítimas em Alagoas foram mortas por arma de fogo

Por Redação T5 Publicado em
OAB 191125 152232

No Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher, Dados repassados pela OAB Alagoas na manhã desta segunda-feira (25) revelaram que de novembro de 2018 a 22 de novembro de 2019, 79 mulheres foram mortas por arma de fogo em Alagoas, correspondendo a 52,3%. O levantamento foi feito pela Secretaria de Segurança Pública de Alagoas e mostrou também que a violência contra a mulher cresceu. Durante este período, o número de assassinatos de mulheres aumentou de 69 para 82 casos, e os de feminicídio foram de 19 para 42 casos.

Ainda segundo os dados, além das mortes por arma de fogo, aparece em segundo lugar, o crime cometido por arma branca. Foram 40 mulheres mortas, totalizando 26,4% dos casos.

Cor das vítimas

Sobre a cor das vítimas, as mulheres pardas ou negras são as que mais morrem. De acordo com a estatística, mulheres negras foram 5,3 vezes mais assassinadas que mulheres brancas em Alagoas.

Anne Caroline Fidelis, presidente das Comissões de Direitos Humanos e Especial da Mulher, disse que os números voltaram a crescer muito. “Embora seja uma violência que é praticada independente de classe social, é um crime muito praticado contra a população negra”, alertou.

Ao todo, 122 mulheres consideradas pardas ou negras morreram durante esse período. Os dados mostram que foram 80,79% que perderam a vida. Sendo 23 mulheres brancas foram mortas, totalizando 15,23%.

Faixa etária

O levantamento ainda mostrou que as mulheres de 31 a 59 anos foram as que mais morreram. Durante o período, foram 64 mulheres, correspondendo a 42,3%. Em segundo lugar, aparecem as de 19 a 30 anos, com 45 vítimas, correspondendo a 29,8% das mortes.

Sobre o grau de parêntesco das vítimas com os acusados, 26,4% eram ex-companheiro ou ex-esposo. Em 2018, 56,7%  dos crimes aconteceram no interior do estado. Ao todo, foram 42 casos. Em 2019, havendo um crescimento para 54 vítimas, representando 72% dos casos.

Ainda de acordo com os dados, a maioria dos crimes acontecem dentro de casa. Foram registrados nesse período, 74 casos. Sobre a motivação, a maioria é considerada passional e os dias que mais ocorrem feminicídios são aos domingo, com 20,8%  e segunda-feira, 17,9% dos registros.

Os dados ainda revelam que cerca de 30% das mulheres permanecem no ciclo da violência por não terem independência financeira.

Foi chamada também a atenção sobre o atendimento que as mulheres recebem nas delegacias e que por causa do péssimo atendimento, as mulheres dizem que não se sentem motivadas a denunciarem os agressores.

Além disso, o presidente da OAB Alagoas, Nivaldo Barbosa e Anne Fidelis falaram sobre a importância da criação de programas que possam incluir a mulher que sofre esse tipo de violência no mercado de trabalho.

"A gente tem uma dificuldade muito grande em capacitação. A gente precisa capacitar e aproximar a lei do perfil da sociedade. Por isso que a gente precisa mudar essa cultura", disse o presidente da OAB.

Para Olga Miranda, do Conselho Estadual e Defesa da Mulher, para combater a violência "não é só pensar a violência no combate policial, mas levar uma mudança de vida junto da rede de amparo".  "Porque elas têm que denunciar e acabam voltando para o agressor. Daí vem a importância de dar assistências para essas mulheres", conclui.



Relacionadas