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Ufal lidera segunda expedição científica pelo Rio São Francisco

Pesquisadores nacionais e internacionais vão navegar durante dez dias para coletar dados que serão utilizados em pesquisas

Por Redação T5 Publicado em
Rio sao francisco 24 02 2019

Pesquisadores da Ufal, além de outros profissionais de instituições nacionais e internacionais, vão participar de uma grande expedição científica pelas águas do Rio São Francisco, no período de 18 a 27 de novembro. Coordenada pelo professor Emerson Soares, do Centro de Ciências Agrárias (Ceca), durante dez dias, serão 60 pessoas navegando e coletando dados que vão ser analisados em pesquisas de diferentes áreas.

“A gente pretende fazer um levantamento geral e análises específicas de poluentes, metais pesados, assoreamento, desmatamento, a parte de levantamento de drone, mapeamento, batimetria, qualidade de água...”, adianta Soares, que também é integrante do Grupo Ecologia Aquática e Aquicultura, coordenador do Laboratório de Aquicultura e Análise de Água, e vice-coordenador do Comitê Científico de Bacias Hidrográficas do Nordeste. “São 28 áreas de pesquisa, com pesquisadores nacionais e internacionais. Teremos cerca de 11 instituições participantes, desde a Universidade do Porto, Portugal, ao Instituto Espanhol de Oceanografia. Há um colega também da Austrália, o Ministério da Ciência e Tecnologia [Mctic], Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco [Codevasf], Universidade Federal de Alagoas, Universidade Federal de Sergipe, Emater, entre outras instituições que estão colaborando nessa grande empreitada de dez dias, esse grande marco que vai ser para pesquisa no baixo São Francisco”, destaca.

O docente conta que a expedição já vem sendo organizada há cinco meses e relata detalhes da navegação. “É um desafio. Nós teremos uma embarcação de grande porte, com largura de aproximadamente seis metros, com quatro pavimentos e 25 metros de comprimento, é a maior embarcação do Baixo São Francisco. Vamos dormir, fazer refeições, trabalhar e montar laboratório, tudo no barco”, diz ao informar que há também o apoio de uma equipe de terra e de embarcações auxiliares. “Teremos duas lanchas de apoio, de motores de 40 hp, o que nos dá uma grande força para o deslocamento das equipes em campo, e duas embarcações de menor porte para pescadores que vão nos apoiar. Além disso, teremos a equipe de terra com veículos, que vão transportar drones e Vants, que são aqueles aviões não tripuláveis, para fazer a parte de batimetria, sensoriamento remoto e fotogrametria da área. E aí, vamos somar esses esforços ainda com o Barco Robótica, que é o Barco Iracema, que tem equipamentos que fazem a varredura do fundo do rio”, relata.

Essa será a segunda expedição científica pelas águas do Rio São Francisco liderada pela Ufal, a primeira foi em outubro do ano passado. Na primeira, conta Soares, “tivemos a presença de aproximadamente 40 pessoas, embarcamos seis dias e tivemos em torno de 30 pesquisadores participantes”. Ele informa que os trabalhos realizados resultaram em “um diagnóstico inicial face ao São Francisco, mas são dados de forma não contínua, pois precisava fazer um diagnóstico para ver a situação do rio”. Ele ressalta que “o rio vem enfrentando dois anos de seca, com diminuição da vazão e os problemas se agravaram em torno da intrusão salina, que é o efeito da salinidade do mar em relação ao continente e ao Rio São Francisco, e problemas de saúde também. O rio virou uma questão de saúde pública. A gente precisava coletar dados mais conclusivos”.

Ao contar sobre o tamanho dessa jornada que começa em 18 de novembro e dos trabalhos que a equipe de pesquisadores vão realizar, Emerson Soares destaca que “é a maior expedição científica já realizada no São Francisco. Posso falar isso sem modéstia, porque tem grandes expedições, mas a nossa congrega 60 pessoas durante dez dias embarcados, trabalhando de 8h às 22h, com reuniões no final do trabalho para decidir as ações do outro dia”. E justifica: “São mais ou menos dez municípios visitados do lado de Sergipe e de Alagoas. Serão em torno de 600 amostras coletadas durante todo o período. Imagine que nós vamos coletar ictiofauna, que é a parte de peixes, carcinofauna, água, esgoto. Vamos ter exposição de fotografia científica, fazer trabalhos de educação ambiental com as comunidades, plantio de árvores nativas”. E acrescenta: “Trabalharemos com as escolas dos municípios, em parceria com a Emater, com as comunidades, identificando níveis de agrotóxico. Teremos duas colegas da parte de saúde, a professora Verônica e a doutora Isabel, que trabalha a parte de psiquiatria e Saúde da Família”.

Expedição vai ser acompanhada pela Ascom

Durante os dez dias da expedição, o estudante de Relações Públicas e estagiário da Assessoria de Comunicação (Ascom) da Ufal, Manoel Júnior, vai acompanhar as atividades e enviar, diariamente, informações dessa grande jornada científica.

“Estou bastante ansioso para a expedição. Passar dias dentro de um barco parece bem cansativo, mas a paisagem do São Francisco já faz revigorar as energias automaticamente. Será uma experiência única, principalmente, para trabalhar e aprimorar a comunicação em multiplataformas, já que durante a expedição produzirei materiais em texto, áudio e vídeo. Também pretendo aproveitar a experiência academicamente, escrevendo um artigo científico”, comenta Júnior.

“Agradecemos o apoio da Ascom, sempre presente, sempre nos deu apoio na divulgação do nosso material. Com certeza, vai ser importante a presença da Ascom para cobrir essa grande empreitada, que eu digo mais uma vez e reafirmo: é a maior expedição científica já realizada no São Francisco”, agradece o professor Emerson.



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