Brasil Distrito Federal Mundo Esportes

Metrópoles

Entretenimento Celebridades Últimas notícias
TV Tambaú
Clube FM
Nova Brasil Maceió
º
Sábado,
22 de Março

Josival Pereira

josival pereira

PSD e Cunha Lima: do caos à esperança

Por Josival Pereira Publicado em
Daniella ribeiro pedro cunha lima
PSD e Cunha Lima: do caos à esperança
ouça este conteúdo

A decisão do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, de tirar o partido do comando de senadora Daniella Ribeiro e entregar ao ex-deputado Pedro Cunha Lima, apesar de ter sido efetivada há quase duas semanas, ainda está sendo digerida. Posto o fato, sonda-se propósitos e procura-se entender seu impacto mais amplo em meio às sombras das especulações.

Talvez, porém, não seja muito difícil compreender o movimento político das partes envolvidas.

O presidente Kassab parece claramente ter percebido que o PSD da Paraíba estava acorrentado em relação às eleições de 2026 no Estado. O fato de ter o filho (Lucas Ribeiro) como vice-governador e a perspectiva dele assumir o governo e virar candidato, praticamente, impedia a senadora Daniella Ribeiro de se mexer. Estava obrigada a levar a legenda para uma aliança com PSB, PP, Republicanos e até partidos de esquerda. Nesse contexto, o PSD seria mero coadjuvante e sequer teria chapa de deputado federal.

A expectativa de participação quase nula nas eleições de 2026 na Paraíba foi o que levou o presidente Gilberto Kassab a intervir no PSD da Paraíba.

Causa estranheza, porém, que Kassab tenha tirado o comando da legenda de uma senadora, ou seja, de um político com mandato, e entregue a um grupo ou família sem mandato algum (Cássio e Pedro Cunha Lima). No caso, o mais provável é que tenha acreditado na perspectiva ou promessas de poder.

Que promessas? Provavelmente, a promessa de apresentação de candidatos a governador ou a senador e, sobretudo, a deputado federal. Bom lembrar que o mandato de Daniella acaba ao fim de 2026. Se a promessa tiver sido a de adesão de algum deputado federal agora, na atual legislatura, terá sido vã, uma vez que nenhum dos dois deputados aparentemente sob influência dos Cunha Lima - Ruy Carneiro e Romero Rodrigues (ambos no Podemos) não dão qualquer demonstração de desejo de mudar de partido.

Aqui entra o terceiro polo dessa história. O ex-governador Cássio Cunha Lima e o filho Pedro Cunha Lima viram no PSD a melhor e mais disponível tábua de salvação do naufrágio da canoa do PSDB, onde a família navegava desde 1998. Se filiar ao União Brasil, significaria ficar sob o comando do senador Efraim Filho; se filiar ao Podemos ou esperar a fusão do PSDB com essa legenda, resultaria em se submeter à chefia do deputado Romero Rodrigues; esperar uma possível fusão tucana com o MDB, os colocaria sob o comando do senador Veneziano Vital do Rego, e, ficar aguardando a morte do PSDB, seria caótico.

O que se tinha, então, na realidade, eram duas forças políticas com futuro e perspectivas totalmente incertas. O novo casamento político, contudo, abre perspectiva para os dois lados. O grupo Cunha Lima volta a ter um partido de porte, com bom tempo de televisão e cofre, respeitável inserção na política nacional, podendo até lançar candidato a presidente da República, e uma posição política definida como de centro, o que combina com o pensamento do quadro mais ativo da família, que é o ex-deputado Pedro Cunha Lima. O PSDB, dava representatividade acanhada ou negativa aos Cunha Lima; o PSD, os coloca novamente numa das proas das mesas de negociações do poder estadual.

Essa situação também beneficia Kassab: dá nova vida a um partido que estava condenado a ser mero coadjuvante nas eleições de 2026 na Paraíba.

A oposição não ganha poder com a conquista do PSD, mas a família Cunha Lima ganha sobrevida e esperança. E o maior impacto para 2026 é a possibilidade real de o ex-deputado Pedro Cunha Lima ser candidato a governador.


Relacionadas
Josival Pereira

JOSIVAL PEREIRA, natural de Cajazeiras (PB), é jornalista, advogado e editor-responsável por seu blog pessoal.

Em sua jornada profissional, com mais de 40 anos de experiência na comunicação, atuou em várias emissoras Paraibanas, como diretor, apresentador, radialista e comentarista político.

Para além da imprensa, é membro da Academia Cajazeirense de Letras e Artes (Acal), e foi também Secretário de Comunicação de João Pessoa (2016/2020), Chefe de Gabinete e Secretário de Planejamento da Prefeitura de Cajazeiras (1993/1996).

Hoje, retorna à Rede Tambaú de Comunicação, com análises pontuais sobre o dia a dia da política nacional e paraibana.

noscript