Estrategicamente, a melhor solução para Adriano é Murilo
Acaba nesta sexta-feira (14) prazo para apresentação de requerimentos para inscrições de candidaturas de conselheiro do TCE

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Acaba nesta sexta-feira (14/03) o prazo para apresentação de requerimentos para inscrições de candidaturas ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para preenchimento da vaga aberta com a aposentadoria de Arthur Cunha Lima. Em que pese toda fleuma em torno da eleição, pela relevância do cargo e seus benefícios vitalícios, o processo se afunilou e não deverá apresentar maiores novidades.
A escolha recairá em nome indicado pelo presidente de Assembleia, deputado Adriano Galdino (Republicanos), que conseguiu estabelecer uma liderança inconteste sobre o colegiado de 36 parlamentares. Dispõe de controle político quase absoluto sobre 25 deputados e, dependendo de algumas circunstâncias, fecha o apoio de todo o grupo, o que pode ser o caso da escolha do novo conselheiro do TCE. Essa é a realidade: a inquestionável liderança de Adriano sobre o corpo do parlamento estadual.
Assim sendo, o nome do novo conselheiro terá o seu carimbo. E, pelo visto, a lista de opções para escolha também se estreitou. Estaria nos nomes da filha de Adriano, a médica e advogada Alanne Gadino, e do irmão, o deputado Murilo Galdino. Uma escolha que, certamente, sopesará emoção e razão, afeto paternal e política.
Não que uma possível opção pelo nome do irmão Murilo Galdino não venha também carregada de afeto e amor fraternal familiar, mas filho, como ensina a sabedoria popular, vai ser sempre corda do coração.
Como se definirá o deputado Adriano Galdino? Não errará quem arriscar que, sendo o animal político que é, Adriano fará um sumo das aparentes dores e dramas internos, reunirá e unificará a família mais ampla, e, se puder, fará a escolha pelo critério mais essencial aos seus propósitos, que é o da estratégia no campo da política.
Estrategicamente, a melhor solução para Adriano é Murilo. Essa solução, por exemplo, permite a abertura de espaço para o próprio Adriano ser candidato a deputado federal em
2026, caso não seja possível sua indicação para a chapa majoritária. Gera um valioso capital eleitoral para negociar com partidos e deputados apoios para a composição das chapas majoritárias e proporcionais para as eleições do próximo ano. As bases eleitorais de Murilo podem melhorar o cacife de Adriano para entrar com mais força no clube que vai dar as cartas finais para o jogo de 2026.
Lógico que o jogo que Adriano está jogando agora também pode gerar problemas para sua articulação política. Tudo tem um outro lado. Os parceiros (aliados) podem alegar que ele quer muito ou quer tudo; podem argumentar que a escolha quase individual na indicação do conselheiro reduz sua cota da definição da chapa majoritária e pode ainda turvar sua imagem perante a população, gerando a ideia de um político que usa o poder para beneficiar a família. Esse tipo de percepção na população não é boa.
Bom, mas política é uma atividade de riscos e, da forma como essa escolha de conselheiro do TCE acabou se encaminhando, só o próprio deputado Adriano Galdino vai colher ou responder pelo que vier. Pelo que der e vier.