Novo quadro indica Romero fora, e candidaturas de Bruno, Jhony e Falcão em Campina Grande
Pelo últimos movimentos das engrenagens políticas na Serra da Borborema, o quadro para a disputa das eleições municipais em Campina Grande estaria mais ou menos definido ou em vias de definição geral.
As ocorrências de em marcha nos bastidores já teriam redesenhado o quadro para a disputa eleitoral de outubro. O mais esperado deverá ser apenas uma anti surpresa. Ou seja, o deputado Romero Rodrigues, ao que tudo indica, não será candidato a prefeito.
São muitos os sinais neste sentido. Dá para relacionar os mais evidentes. Romero sossegou seus movimentos políticos nas últimas semanas. Parou de flertar com políticos ligados ao governo e vem se comportando de forma mais amena em relação a pessoas ligadas ao prefeito Bruno Cunha Lima já de algum tempo.
Noutra direção, o que se vê são abundantes manifestações de tranquilidade e satisfação política do prefeito Bruno Cunha Lima, que desfila esbanjando largo sorriso. O novo semblante foi inaugurado ainda durante os festejos juninos. Não parece ter sido à-toa aquela visita de Bruno ao Parque do Povo acompanhado pelo ex-governador Cássio Cunha Lima. Ali, pelo que se informa agora, os ventos divergentes já haviam se apascentado e encontrado a mesma sintonia. Trocando em Miúdos, um acordo para garantir a unificação do grupo Cunha Lima teria sido praticamente fechado naquela semana.
Podem pesquisar nas redes sociais que será possível encontrar postagens de Bruno, Cássio e de diversos outros aliados manifestando crença na unidade com Romero. Existe, inclusive, uma postagem do prefeito campinense incentivando um aliado a dobrar o valor de uma aposta na qual o objeto é se o deputado Romero Rodrigues será ou não candidato a prefeito.
Uma reunião de Romero com aliados na qual ele teria se comprometido e ajudar a todos como deputado seria outra comprovação da mudança dos ventos.
Outros evidentes sinais da reunificação do grupo Cunha Lima, com o concurso efetivo de Romero, têm sido exibido pelos aliados do governador João Azevedo. O ex-secretário Jhony Bezerra parece ter desencarnado de Romero e se distanciado da ideia de ser candidato a vice-prefeito. Basta ver que intensificou as articulações nas últimas semanas, tendo conquistado diversos apoios. O último é o do PV, que pode ajudar a segurar o PT em sua aliança. Jhony iniciou até uma agenda de plenárias nos bairros da cidade e já não fala em unidade das oposições.
Face a esses e outros pequenos fatos, além das muitas informações de bastidores, a realidade política que se desenha em Campina Grande indica claramente que o deputado Romero Rodrigues não será candidato a prefeito. Assim, a tendência é que o prefeito Bruno Cunha Lima seja candidato à reeleição em conjuntura bem mais tranquila do que aquela que se vislumbrava. Teria removido já agora uma da grandes pedras no seu caminho. Ainda não é possível se especular se Romero vai estar pleno no palanque Cunha Lima ou se vai ficar pelas beiradas, mas pouco tem se falado em confronto nos últimos dias.
A oposição poderá se apresentar com duas candidaturas: a de Jhony Bezerra (PSB) e a de Inácio Falcão (PCdoB). Existem interesses partidários e pessoais sedimentando os dois projetos, que até parece recomendável como estratégia para se tentar levar a disputa para o segundo turno. Apesar disso, não se pode descartar à hipótese de todos se juntarem numa mesma aliança ainda no primeiro turno.
Observando-se a movimentação de Jhony Bezerra é perceptível que ele tenta puxar o Republicanos, antes ligado ao projeto de candidatura de Romero Rodrigues, para sua aliança, que deve contar ainda com PP, PSD e agora o PV. Se o PT ficar com Jhony, pode inviabilizar a candidatura de Falcão, mas, caso contrário, pode ser seu suporte.
É esse o quadro que se pinta agora na política de Campina Grande. Se não se consolidar será por força da velha assertiva do atilado ex-deputado campinense Manoel Gaudêncio, segundo a qual a política da Paraíba é muito dinâmica.