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COLUNA - JOSIVAL PEREIRA

Por que o PSB elege Campina Grande para botar o bloco de pré-campanha nas ruas?

Por Josival Pereira Publicado em
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(Foto: Divulgação)

O PSB e o governador João Azevedo decidiram iniciar a maratona de eventos políticos com vistas às eleições municipais com a realização de uma grande plenária nesta quinta-feira (1º) em Campina Grande.

A plenária tem caráter estadual, mas, segundo se informa, o foco será o pleito campinense, com o lançamento da pré-candidatura a prefeito do secretário estadual de Saúde, Johny Bezerra.

Por que o PSB decidiu pôr o bloco nas ruas em Campina Grande?

A sinalização mais evidente é que o bloco liderado pelo governador João Azevedo cansou de esperar por uma definição do deputado Romero Rodrigues (Podemos) ou colheu informações suficientes para não acreditar mais na possibilidade de junção do ex-prefeito ao grupo da oposição naquela cidade. Resta ainda, claro, a possibilidade de o lançamento de Johny se constituir numa forma de forçar a definição de Romero.

Mas essa são apenas a razões que saltam à vista. Uma outra, talvez a de fundo nessa movimentação, diz respeito à estratégia do governador João Azevedo e do PSB em relação às eleições de outubro próximo. A ideia central é fazer o PSB eleger o maior número de prefeitos, mas também a de construir forças fiéis nos redutos onde não for possível vencer.

Trocando em miúdos: não basta lançar candidatos. É preciso que o candidato tenha identidade com o PSB e o governador e que não se bandei para o outro lado já no próximo pleito. A própria cidade de Campina Grande é espelho para a estratégia socialista: em 2020, o esquema governista fez aliança com o senador Veneziano Vital do Rêgo e se jogou no apoio à candidatura do MDB. Em 2022, Veneziano rompeu e se lançou candidato a governador e o esquema governista quase fica ver navios na cidade. Seria o mesmo caso de Cabedelo, entre outros Estado afora.

Assim, para os estrategistas do esquema governista, o mais seguro é direcionar todos os esforços para um candidato que seguramente se mantenha fiel em 2026 e além. A estratégia não se trata, pois, apenas de apresentar um candidato de oposição ou de fortalecer a oposição local. É preciso que o elemento confiança esteja presente e que não se cinja à conjuntura política imediata, mas de prazo esticado.

Daí a opção pelo nome do secretário Johny Bezerra, que, além de significar renovação política, podendo vingar na esfacelada conjuntura eleitoral do município, efetivamente, representaria o governador João Azevedo e não os projetos políticos pré-existentes em Campina Grande, não havendo, portanto, o risco de alteração de rota na perspectiva das eleições de 2026. Johny só não será candidato se Romero se juntar à oposição e plantar confiança no processo de transposição política.

Registre-se também que não é à toa que Campina Grande foi escolhida para o início da preparação política do PSB para as eleições de outubro. Há um formato de projeto político desenhado e recados bem delineados a quem interessar possa.


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Josival Pereira

JOSIVAL PEREIRA, natural de Cajazeiras (PB), é jornalista, advogado e editor-responsável por seu blog pessoal.

Em sua jornada profissional, com mais de 40 anos de experiência na comunicação, atuou em várias emissoras Paraibanas, como diretor, apresentador, radialista e comentarista político.

Para além da imprensa, é membro da Academia Cajazeirense de Letras e Artes (Acal), e foi também Secretário de Comunicação de João Pessoa (2016/2020), Chefe de Gabinete e Secretário de Planejamento da Prefeitura de Cajazeiras (1993/1996).

Hoje, retorna à Rede Tambaú de Comunicação, com análises pontuais sobre o dia a dia da política nacional e paraibana.