(Foto: Reprodução)

Impossível imaginar que um encontro entre o ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB) e os senadores Efraim Filho (União) e Veneziano Vital do Rêgo (MDB), reforçado por parlamentares e outros dirigentes partidário, tenha ocorrido simplesmente para uma rodada de conversas triviais regada a uma boa cerveja.

Perceba-se que esses personagens, apesar de amigos, não costumam se encontrar da forma como se encontraram. Cássio tem vindo sempre à Paraíba, mas costuma divulgar fotos na praia com filho, netos, irmã e outros familiares. Não com amigos. Nunca com políticos. Veneziano, embora já esteja integrado plenamente ao convívio com seus ex-adversários em Campina Grande, também não costuma postar fotos de encontros festivos com seus novos aliados. Talvez nunca tenha acontecido um encontro como aquele da primeira semana de janeiro.

Não cometerá erro quem especular que o encontro foi, em verdade, uma reunião política. Não um evento fortuito, mas uma conversa articulada e com objetivos bem estabelecidos.

A fotografia tem cheiro de uma chapa quase completa para 2026. Efraim Filho candidato a governador e Veneziano e Cássio candidatos às duas vagas do Senado. Faltaria o candidato a vice-governador, que seria de João Pessoa. A aliança que o União Brasil celebrar pode ser um sinalizador.

A dúvida que se levantará será tão somente em relação à candidatura de Cássio. Não se olvide, porém, que vários amigos e aliados têm anunciado sua volta à política em diversas oportunidades. Imaginar que esta volta ocorra em 2030 é não imaginar Cássio 12 anos distante das urnas e com 67 anos de idade. Um temeridade. Um plano para 2026 parece bem mais adequado, sobretudo, tendo em vista que Pedro Cunha Lima não demonstra muito interesse por eleições e é possível que Cássio já avalie ter cumprido suas metas na iniciativa privada.

O problema para a concretização antecipada da chapa da fotografia parece ser a eleição municipal em Campina Grande, mais precisamente o desentendimento entre o prefeito Bruno Cunha Lima e o deputado Romero Rodrigues.

Uma fórmula de equação do problema teria, inclusive, circulado nos bastidores daquela reunião de Camboinha. Passaria pela delicada ideia de convencer Bruno a não disputar a reeleição, abrindo espaço para Romero. Bruno seria contemplado com uma candidatura a deputado federal em 2026.

O grande empecilho à formação da grande chapa seria o prefeito Bruno Cunha Lima, com um argumento de difícil contestação envolvendo o próprio Cássio. Trata-se das eleições de 2014, quando todos tinham o então governador Ricardo Coutinho como profundamente desgastado, e já derrotado, e ele se recuperou politicamente e derrotou o favorito Cássio Cunha Lima.

Bruno se sente no direito de disputar a reeleição e acredita que disponha de condições para se reeleger. Não deve ceder. Será candidato. Refreia os planos imediatos de formação do chapão da oposição agora, mas não mata a possibilidade de retorno de Cássio à política. Essa possibilidade não é mais apenas desejo de amigos.