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coluna - Josival Pereira

Evidências do rompimento entre Bruno e Romero; leia análise

Talvez até nem seja mais exagero chamá-los de ex-aliados

Por Josival Pereira Publicado em
Evidências do rompimento entre Bruno e Romero
Evidências do rompimento entre Bruno e Romero (Foto: PSD/CG)

Embora não tão eloquentes, fatos e eventos novos envolvendo lideranças políticas de Campina Grande parecem já indicar rumos em relação às eleições municipais de 2024.

Concretamente, a movimentação política indica que vai ficando cada vez mais distante o relacionamento entre o prefeito Bruno Cunha Lima e o ex-prefeito Romero Rodrigues.  Talvez até nem seja mais exagero chamá-los de ex-aliados. As companhias delatam (dizes com quem andas que direi com quem vais fazer aliança).

São bastante interessantes alguns fatos da semana; registros de encontros à luz de todos, servindo para compor uma trilha que nem todos os discursos com supostas negativas podem mais negar.

Em Brasília, o prefeito Bruno Cunha Lima desfilou mais uma vez, muito à vontade, com o senador Veneziano Vital do Rego, (MDB). São imagens que consolidam cada vez mais a solidez da aliança que já firmaram na prática.

Noutra perspectiva, o deputado federal Romero Rodrigues se fez fotografar com um grupo da oposição ao prefeito Bruno - deputado Inácio Falcão (PCdoB) e os vereadores Jô Oliveira (PCdoB) e Anderson Pila (MDB).  Foi uma primeira aparição de Romero com a oposição, mas o fato é suficientemente expressivo para revelar que existe uma mudança de atitude na forma cautelosa como ele vinha se comportando nos últimos meses na política campinense.

A desculpa de que o encontro tratou apenas de pleitos do interesse administrativo de Campina Grande foi desmentida categoricamente pelo deputado Inácio Falcão. Em entrevistas, ele disse que houve discussão sobre política sim e deixou escapar ter havido até a análise de composição de chapas de vereador em alguns municípios da região da Borborema. Ora, como discutir formação de chapa em outros municípios e não discutir sobre Campina Grande? Claro que a conversa principal girou sobre a política em Campina Grande.

Esses dois eventos, em Brasília, comprovam que a fila política andou em Campina Grande. Acurando a atenção, dá para perceber que já não se escuta mais expressões do tipo “está tudo bem”, “vamos conversar”, “são intrigas”, “nunca Bruno e Romero vão romper”, que eram ditas e repetidas até bem pouco tempo.

O quadro é outro. As imagens não são ilusão de ótica e quem conhece de política sabe que os passos dados por Bruno e por Romero são cada vez em sentido contrário um ao outro. Lógico que não é fácil ocorrer um rompimento em relações políticas historicamente tão sólidas quanto às que envolvem o grupo Cunha Lima do qual fazem parte Romero e Bruno. Lógico que existe e sempre será possível o surgimento de interlocutores capazes de celebrarem o reencontro entre os dois. Mas a verdade, agora, é que os eventos da política local são indicativos de que o rompimento está se consumando.

Além dos registros de Brasília, outros fatos também contribuem para o entendimento sobre o agravamento da crise em Campina Grande. O governador João Azevedo corrigiu o tom que usava para falar sobre Romero e, em entrevista nesta quinta-feira, o considerou um “bom gestor”, um candidato que pode “disputar bem” as eleições em Campina Grande e, de certa forma, avalizou o movimento do Republicanos para atrair a filiação do ex-prefeito.

O presidente do Republicanos, deputado Hugo Motta, chegou a afirmar, durante a semana, que, em conversa recente, sentiu ânimo em Romero para ser candidato a prefeito em 2024. O mesmo sentimento tem sido revelado pelo presidente da Assembleia, deputado Adriano Galdino. 
São evidências demais para se desconsiderar. Não é possível que na política de Campina Grande todos os sinais tenham sentido trocado.

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Josival Pereira

JOSIVAL PEREIRA, natural de Cajazeiras (PB), é jornalista, advogado e editor-responsável por seu blog pessoal.

Em sua jornada profissional, com mais de 40 anos de experiência na comunicação, atuou em várias emissoras Paraibanas, como diretor, apresentador, radialista e comentarista político.

Para além da imprensa, é membro da Academia Cajazeirense de Letras e Artes (Acal), e foi também Secretário de Comunicação de João Pessoa (2016/2020), Chefe de Gabinete e Secretário de Planejamento da Prefeitura de Cajazeiras (1993/1996).

Hoje, retorna à Rede Tambaú de Comunicação, com análises pontuais sobre o dia a dia da política nacional e paraibana.