Daniella sai dos festejos juninos como provável candidata a prefeita de Campina Grande
Josival Pereira analisa movimentos da senadora Daniella Ribeiro, que planeja participar das próximas eleições na Paraíba
Os festejos juninos na Paraíba se transformaram, definitivamente, em prévia de articulações políticas para as eleições mais próximas. No caso de 2023, as eleições municipais de 2024, com desdobramentos para as eleições estaduais de 2026.
Nas três primeiras semanas de festas, foi possível registrar movimentos do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) com o prefeito Bruno Cunha Lima (PSD), do senador Efraim Filho (União), do Republicanos de Hugo Motta e Adriano Galdino, do deputado Romero Rodrigues (Podemos), do governador João Azevedo e aliados, entre outros políticos, buscando consolidar posições ou abrir caminhos para fortalecer seus partidos.
Mas as festas alusivas a São Pedro acabaram servindo de palco político para a senadora Daniella Ribeiro (PSD), que vinha se destacando como anfitriã de ministros e parlamentares federais e, nos últimos dias, se viu ocupando o proscênio dos acontecimentos.
Daniella sai dos festejos juninos como a provável candidata a prefeita de Campina Grande pela a oposição.
A presença na Paraíba do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, ajudou a descortinar a perspectiva concreta da candidatura de Daniella. Ele deu força e ela acabou admitindo a candidatura com a clássica declaração de que todo político guarda o desejo de ser prefeito de sua terra, além da forma mais popular e descontraída como se expôs nas redes sociais.
Não é somente por isso, porém, que Daniella deverá ser candidata a prefeita pela oposição. São as circunstâncias. A senadora está no meio do mandato e pode disputar as eleições sem problemas. Pode perder e, ainda assim, continuar com mais 4 anos de mandato. Diversos senadores aproveitam as eleições de meio de mandato para arriscar outros postos ou simplesmente para renovarem a comunicação com os eleitores visando a reeleição no pleito seguinte. O ex-governador Zé Maranhão não deixava uma eleição passar em branco e Veneziano disputou a eleição de governador também pensando na reeleição em 2026.
Três outros fatores impulsionam a perspectiva da candidatura de Daniella em 2024. O primeiro é que a oposição em Campina Grande não dispõe no momento de nomes de destaque, que possam aglutinar mais forças. O segundo é que, com a aliança de Veneziano com os Cunha Lima e o rompimento de Lucas Ribeiro em 2022, o espaço da oposição obrigatoriamente terá que ser ocupado pela família Ribeiro. E o terceiro é que uma possível eleição de Daniella pode virar equação para a composição da chapa governista para 2026. Daniella sairia do páreo e ficaria apenas o filho e vice-governador Lucas Ribeiro para reivindicar vaga na chapa majoritária. Com dois Ribeiro, fica difícil entendimentos com o Republicanos e outras legendas.
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