Para onde vai Romero? Leia análise
Josival Pereira analisa caminhos a serem trilhados pelo político em relação às eleições de 2024
Do ponto de vista da escolha partidária, os sinais e informações concretas de bastidores indicam que o deputado Romero Rodrigues já tem um caminho definido: permanecerá no Podemos, partido que absorveu o PSC, legenda pela qual o parlamentar foi eleito.
Essa decisão está prestes a ser anunciada. O prazo da janela de troca de partido gerada com a fusão entre o Podemos e o PSC acaba na próxima quarta-feira, 19/07. Até lá, Romero será obrigado a dizer se vai ficar ou se vai sair.
Nesse quesito de escolha partidária, Romero faz um movimento semelhante ao que o então deputado Rômulo Gouveia fez ali por volta de 2010, trocando o PSDB pelo PSD. Rômulo havia crescido politicamente e desejava se livrar do controle político da família Cunha Lima. É o que ocorre com Romero, que até já ensaiou esse movimento se filiando ao PSD e depois ao PSC, mas não conseguiu alcançar a independência desejada nessas duas legendas.
Apesar de o Podemos ser presidido hoje pelo ex-senador Marcondes Gadelha, Romero deverá optar por permanecer na sigla porque tem mandato e, consequentemente, terá preferência para assumir o controle da legenda no estado.
Além disso, a construção partidária em Brasília indica que o Podemos poderá se fortalecer, sendo a alternativa para parlamentares que não desejam ingressar nos grandes partidos, como PL, PP, União Brasil, MDB ou siglas da esquerda.
O problema é saber o que Romero fará com sua suposta independência política. Se manterá aliado do prefeito Bruno Cunha Lima nas eleições municipais de 2024? Romperá com a família que lhe deu lastro político e será candidato a prefeito? Nem uma coisa nem outra e vai aguardar 2026 chegar?
A verdade é que Romero está sendo tentado a ser candidato a prefeito. Ele próprio se sente tentado, seu entorno o estimula e tem o assédio permanente do Republicanos. Não será fácil escapar desse caminho.
Algumas questões, no entanto, se apresentam confusas e contraditórias. O Republicanos convida Romero para um caminho que o leva ao esquema do governador João Azevedo, mas o deputado Ruy Carneiro, que é da oposição ao governador, sustenta que Romero é um parceiro-irmão que estará com ele nas disputas políticas em João Pessoa. Ruy quer ser candidato a prefeito.
O Republicanos é um partido da base do governador, seus líderes têm proclamado isso, mas, ao defender a candidatura de Romero a prefeito de Campina Grande, pode criar um problema com a senadora Daniella Ribeiro (PSD) e o PP, que são legendas do esquema governamental. Daniella pode ser candidata a prefeita. E tem 2026, quando Daniella e Hugo Motta, o presidente do Republicanos, podem ser candidatos ao Senado. Sem nenhum problema se o governador João Azevedo não for candidato. Um imbróglio e tanto se João for candidato. Alguém terá que ceder ou romper.
Ainda são confusos, portanto, os -caminhos a serem trilhados por Romero em relação às eleições de 2024 e ao campo político a se alinhar no estado.
O podcast Trocando em Miúdos também analisou a perspectiva do paraibano para o próximo pleito. Ouça:
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