Nova feição: na PB, a pobreza aumentou, urbanizou-se e mora na praia
Na Paraíba, a pobreza aumentou nos últimos anos, urbanizou-se e está morando na praia. Eis, meio em forma de metáfora, a revelação do atual quadro de pobreza no Estado, resumido pela secretária de Desenvolvimento Humano, Pollyanna Dutra, em entrevista ao programa Tambaú Debate, nesta quarta-feira.
O mapa da pobreza está traçado. É um estudo encomendado pelo governo federal e realizado em conjunto com os Estados com o objetivo de obter conhecimentos profundos sobre a situação de pobreza no Brasil.
A ideia central era saber onde a pobreza mora, quais as causas mais detalhadas, como é e para onde se desloca, como se comporta, age e reage cotidianamente.
O estudo se fundamenta na premissa de que somente é possível combater a pobreza se houver pleno conhecimento de cada detalhe da vida do enorme contingente de pobres no país. Não bastam o Bolsa Família e todos os programas de inclusão. Não basta planejar portas de saída dos programas sociais se elas forem aleatórias.
O profundo conhecimento da situação da pobreza, segundo a secretária Pollyanna Dutra, vai permitir um planejamento mais amplo, eficiente e consequente de investimentos e ações que possam promover o desenvolvimento humano da Paraíba e do Brasil.
Num rápido spoiler do estudo, Pollyanna revelou que a pobreza em grau mais profundo na Paraíba migrou para os centros urbanos, com destaque para a região metropolitana da Capital, estando, portanto, mais concentrada.
Um dos efeitos dessa mudança, conforme a secretária, é que, diferentemente do que ocorre no interior, onde os pobres costumam ser mais solidários e repartir comida e ainda comprar fiado nas bodegas e mercadinhos, nas grandes cidades se transformam em favelas, moradores de rua, crianças abandonadas e violência. O problema se torna mais complicado e de difícil solução.
Com plena consciência e conhecimento da realidade social do Estado, a secretária Pollyanna Dutra adianta que o governo João Azevedo vai ajustar as políticas públicas em função do mapa da pobreza, adotando um programa mais arrojado de empregabilidade, uma forma de avançar em relação às políticas de assistência social já existentes e consolidadas.
É ruim saber que houve aumento da pobreza nos últimos anos e que migrou para os centros urbanos, mas é bom perceber que o governo está realizando estudos mais profundos para conhecer sua verdadeira face e dimensão, além de que planeja políticas e ações mais consequentes para enfrentar um dos mais graves problemas do Brasil, que é a desigualdade.
O desafio de promover o avanço das políticas de combate à pobreza é gigantesco. Mas parece que existe luz no fim do túnel.