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Coluna - Josival Pereira

O que Romero quer das eleições de 2024 em Campina Grande? Leia análise

Josival Pereira analisa força política do do deputado federal Romero Rodrigues

Por Josival Pereira Publicado em
Deputado federal Romero Rodrigues, em Brasília.
Deputado federal Romero Rodrigues, em Brasília. (Foto: Facebook/Reprodução)

Em qualquer análise isenta, dificilmente, aparecerá quem não reconheça a força da liderança do deputado federal Romero Rodrigues (Podemos) em Campina Grande.

Dirão, facilmente, que Romero será o maior eleitor nas eleições de 2024 naquela cidade. Não tenham dúvidas, pelo histórico e evolução no movimento político, o ex-prefeito é ou será, individualmente, uma influência decisiva na disputa eleitoral. Mas isso diz pouco. A força de Romero talvez seja melhor entendida se avaliada em possíveis cenários que se desenham para o pleito do próximo ano.

Lógico que não existe esquema invencível em campanhas eleitorais, porém, há de se concordar que, se Romero mantiver a unidade do grupo Cunha Lima e a manutenção do apoio ao prefeito Bruno Cunha Lima, a eleição estará praticamente encaminhada. Pode até desobrigar Bruno da aliança com Veneziano Vital do Rego, mas tem tudo para formar, por antecipação, uma grande aliança vitoriosa com Romero e o MDB.

Noutro cenário, concorda-se amplamente que se Romero decidir romper com o Bruno Cunha Lima e for candidato a prefeito será um concorrente com reais chances de vitória. Talvez tenha que buscar aliança com a família Ribeiro, como fez nas vezes que se elegeu prefeito.

Todos os grupos políticos sabem da importância e esperam por uma decisão de Romero. O prefeito Bruno fará de tudo para segurar Romero; Veneziano já desistiu de apresentar candidato próprio do MDB a prefeito e o grupo Ribeiro aguarda, pacientemente, como sempre faz, o desenrolar dos acontecimentos. Pode estar apostando no possível racha do grupo Cunha Lima para lançar candidato a prefeito ou pode, de qualquer forma, apresentar um candidato para assumir a liderança da oposição, como Veneziano fez nas três últimas eleições municipais. Pode também estar aguardando a possibilidade de uma aliança com Romero.

Veja-se que, em certo grau, praticamente todas decisões em Campina Grande giram em torno de Romero. À distância, o governador João Azevedo aguarda um desfecho, certamente, torcendo por um rompimento de Romero com seu grupo político, e o Republicanos aposta todas suas fichas na possível filiação de Romero, o que daria ao partido a oportunidade de disputar às eleições na segunda maior cidade do estado.

Um grande risco Romero seria ele romper com Bruno e grande parte da família Cunha e não conseguir aliança com outros grupos da cidade. Ficaria isolado e, sozinho, corre risco de ser derrotado.

O problema é saber o que Romero quer das eleições municipais em Campina Grande?

Depois de uma semana de muitas especulações sobre seu destino político, Romero deu declaração no fim de semana dando a entender que não pretende ser candidato a prefeito. Todavia, tem ressalvado que ainda precisa conversar com o prefeito Bruno. É aqui que o processo se complica. É que Romero parece ter duas grandes pretensões não excludentes.

Uma delas seria o direito de indicar o candidato a vice- prefeito. É uma forma de fechar espaços para Veneziano e também de concretamente dividir o poder municipal. Além disso, pode ser que surja a oportunidade de Bruno disputar algum mandato em 2026. Com a renúncia, o vice de Romero assumiria a Prefeitura.

A outra pretensão será, certamente, arrancar o compromisso de Bruno e de toda família em relação às eleições de 2028. O próprio Romero pode ser candidato, mas a pretensão pode vir em favor do deputado Tovar Correia Lima, que disputou a indicação com Bruno em 2020 e foi preterido.

Há sinais de que estariam havendo ruídos entre as duas alas da família Cunha Lima - a genuína Cunha Lima, de Ronaldo Cunha Lima, e a Rodrigues, de dona Glória, da qual derivam Romero e Tovar. Na hora da decisão, porém, quase sempre a família opta pela unidade. Foi assim que Romero recuou da aliança com o governador João Azevedo em 2022. Numa reunião em Brasília, com Glória Cunha Lima na sala.

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Josival Pereira

JOSIVAL PEREIRA, natural de Cajazeiras (PB), é jornalista, advogado e editor-responsável por seu blog pessoal.

Em sua jornada profissional, com mais de 40 anos de experiência na comunicação, atuou em várias emissoras Paraibanas, como diretor, apresentador, radialista e comentarista político.

Para além da imprensa, é membro da Academia Cajazeirense de Letras e Artes (Acal), e foi também Secretário de Comunicação de João Pessoa (2016/2020), Chefe de Gabinete e Secretário de Planejamento da Prefeitura de Cajazeiras (1993/1996).

Hoje, retorna à Rede Tambaú de Comunicação, com análises pontuais sobre o dia a dia da política nacional e paraibana.