Hugo Motta e Efraim podem ser atores de dramática novela política da PB
O Republicanos terá a reciprocidade do União Brasil em 2026 na eleição para o Senado em qualquer circunstância, como recebeu em 2022, ou só votará em Hugo Motta se ele estiver na chapa da oposição?
A questão surge diante de supostos apelos do senador Efraim Filho, presidente estadual do União Brasil, para Motta se afastar do governo e levar o Republicanos para a oposição.
Não existiria uma imposição aberta, tipo “faca no bucho”, mas o que a imprensa sempre noticia são manifestações públicas de oferecimento da vaga de candidato ao Senado no esquema da oposição ao dirigente do Republicanos na Paraíba. Soa, pois, como um aviso antecipado de que o União Brasil, um dos principais partidos da oposição, terá dificuldades de votar em Hugo Motta se ele for candidato pelo esquema governista.
O problema é que não apenas Hugo Motta, mas todos os principais líderes do Republicanos, resistiram firmemente a inúmeras investidas do governador João Azevedo para abandonar o apoio a Efraim e votar na candidata Pollyanna Dutra. Houve pressão de vários setores das forças políticas alinhadas ao governador, mas, ainda assim, Hugo Motta, Adriano Galdino, Murilo Galdino, Wilson Santiago e outros Republicanos sustentaram o apoio a Efraim, mesmo sabendo que, como aliados do governo, dariam vitória a um candidato da oposição.
Nos bastidores, os dirigentes do União Brasil e de outros partidos de oposição não apenas estariam fazendo apelos para Hugo Motta se definir como candidato da chapa oposicionista como alimentariam a intriga de que não haverá lugar para o presidente estadual do Republicanos na chapa do governador João Azevedo, com o argumento de que os dois candidatos seriam o próprio governador e a senadora Daniella Ribeiro, que seria postulante natural à reeleição.
Como se sabe, na política, a intriga é combustível para rompimento, o que seria um sinal de que Hugo Motta pode não ter a reciprocidade incondicional do União Brasil assim como foi o apoio do seu partido a Efraim Filho nas eleições estaduais do ano passado.
Lógico que haverá a possibilidade de Hugo Motta avaliar que o melhor espaço para sua candidatura ao Senado será mesmo na oposição, formando chapa ao lado do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), virtual candidato antecipado das forças contrárias ao Palácio da Redenção, poupando Efraim Filho de um desconfortável teste de fidelidade.
Todavia, não há como negar que o relacionamento entre o União Brasil e o Republicanos, e, particularmente, entre Efraim Filho e Hugo Motta, se este for candidato a senador no esquema governista, constituirão, por antecipação, um dramático capítulo à parte nas eleições de 2026. A não ser que os cenários que se desenham se misturem ou mudem radicalmente até lá.
Seja como for, não deixará de ser um tanto emocionante o acompanhamento dessa novela.