JP e CG aparecem bem e mal no índice de Cidades Empreendedoras
O Brasil já tem seu novo Índice de Cidades Empreendedoras (ICE), um estudo elaborado pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), ligada ao Ministério da Gestão, com apoio da Endeavor, uma rede formada por empreendedoras e empreendedores à frente das empresas que mais crescem no mundo e que são grandes exemplos para o país.
O índice mostra as condições de empreendedorismo nas 101 cidades mais populosas do Brasil, analisando 50 indicadores de seis critérios determinantes: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso a capital, capital humano, inovação e cultura empreendedora.
A Paraíba entra com duas cidades no ICE – João Pessoa e Campina Grande – e se pode afirmar é que aparecem, ao mesmo tempo, bem e mal no estudo divulgado na última semana.
No quadro geral, João Pessoa ocupa a 46ª e Campina Grande a 64ª posição Índice de Cidades Empreendedoras (ICE).
Inovação
Aparecem bem nos critérios de acesso a capital, inovação e cultura empreendedora. Campina Grande é a 3ª colocada na determinante inovação e João Pessoa a 37ª. No Nordeste, nesse critério, a Capital paraibana só fica atrás de Recife (16ª) e Fortaleza (36ª). Entre as cidades que são polos regionais de desenvolvimento, a rival de Campina Grande mais próxima é Mossoró (70ª), no Rio Grande do Norte.
Acesso a capital
Em relação ao acesso a capital (fontes de financiamento), João Pessoa é a 36ª e Campina Grande a 55ª no ICE. No Nordeste, a capital da Paraíba se posiciona atrás de Recife (14ª), Aracaju (20ª), Salvador (22ª) e Fortaleza (26ª). Campina Grande aparece à frente de Mossoró (62ª) e Caruaru (68ª).
Cultura empreendedora
Na análise sobre cultura empreendedora, João Pessoa está na 17ª posição e Campina Grande na 20ª no índice nacional. Ainda assim, a capital paraibana é superada por Maceió (5ª), Aracaju (9ª), São Luís (10ª), Natal (14ª) e Teresina (15ª) quando o assunto é cultura para o empreendedorismo. Campina Grande se sai melhor diante de suas rivais Mossoró (22ª), Petrolina (31ª) e Caruaru (40ª).
Ambiente regulatório
O problema é que nos outros três critérios de avaliação João Pessoa e Campina Grande aparecem mal.
No que diz respeito ao ambiente regulatório, que trata de regras para constituição de empresas e regulação de impostos, entre outros, João Pessoa é a 71ª colocada e a Campina Grande a 98ª, a antepenúltima no índice brasileiro. Na região, a capital da Paraíba fica atrás de Fortaleza (24ª), Aracaju (32ª) e Salvador (43ª). Campina Grande perde para suas rivais Petrolina (85ª), Caruaru (85ª) e Mossoró (89ª), embora elas também estejam mal.
Infraestrutura
No critério, infraestrutura, que trata de transportes e condições gerais da cidade, João Pessoa é a 73ª e Campina Grande a 78ª do ranking. No Nordeste, a capital paraibana fica atrás de Recife (20ª), Salvador (22ª), Natal (29ª) e Fortaleza (30ª). Campina Grande aparece atrás de Mossoró (55ª), mas à frente de Caruaru (96ª) e Petrolina (99ª).
Mercado
Na determinante mercado (IDH, PIB, PIB per capita, diferença entre grandes, médias e pequenas cidades, compras públicas), João Pessoa está na 78ª posição e Campina Grande na 94ª. Em relação ao Nordeste, João Pessoa perde para Natal (49ª), São Luís (52ª) e Recife (68ª). Campina Grande vem atrás de Petrolina (80ª) e fica à frente de Mossoró (96ª) e Caruaru (99ª).
A ponta do ecossistema do empreendedorismo no Brasil é liderada por grandes cidades do Sudeste e do Sul, cidades do interior de São Paulo e cidades dos Estados onde predomina o agronegócio.
Se quiserem avançar, João Pessoa e Campina Grande precisam melhorar muito em relação aos critérios de ambiente regulatório, que não é difícil, infraestrutura, o que, por conseguinte, tende a melhorar o ambiente mercado. O ICE pode ser uma boa bússola.
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