Efraim Filho, senador da República. (Foto: Reprodução / Câmara dos Deputados)

Preste-se atenção aos movimentos do senador Efraim Morais Filho como presidente estadual do União Brasil (União). Uma semana depois do PSB filiar mais de 70 prefeitos e se transformar na maior legenda do estado, o União Brasil também está anunciando um evento também para filiar prefeitos e outras lideranças políticas. Nada demais. Mas...

As informações são no sentido que o senador Efraim Morais se dedica a articular a filiação do prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, que está no PSD, presidido na Paraíba pela senadora Daniella Ribeiro, atualmente na oposição ao prefeito campinense. Sem futuro no PSD, Bruno precisa encontrar outro partido para disputar a reeleição.

Um caminho natural poderia ser se reaglutinar ao núcleo Cunha Lima, mas, apesar de não haver sinais de desavença séria em família, faz algum tempo que Bruno procura um partido com ideais mais próximas ao seu pensamento político e de vida, um tanto mais conservador.

Além disso, o PSDB está enfraquecido no cenário nacional, fruto de divergências e de derrotas seguidas em eleições. A perspectiva de reorganização sob o comando do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também não parece promissora, sobretudo devido a divergências com o núcleo tucano paulista.

O União Brasil pode ser uma saída para o prefeito Bruno Cunha Lima. É uma grande legenda, tem posicionamento liberal-conservador, está no governo Lula (embora se propague independente), o que pode ajudar na conquista de recursos para a gestão municipal, e é uma legenda de aliados históricos com razoável tamanho no estado. Pode se prestar a Bruno inclusive como legenda para uma futura disputa do governo do estado.

É neste ponto que se deve prestar atenção no senador Efraim Filho e seus planos políticos. Atraindo o prefeito do segundo maior município do estado, entre outros nomes, praticamente transforma o União Brasil na segunda maior força política da Paraíba. Salta na frente de outras legendas – como PP e Republicanos -, que almejam a mesma posição.

Portais e blogs também registram uma articulação envolvendo o prefeito de Cabedelo, Victor Hugo, o deputado federal Mersinho Lucena e o prefeito Cícero Lucena, ambos do PP, que alçaria o deputado George Morais, irmão de Efraim, à condição de candidato a prefeito naquela cidade no próximo ano. É outra movimentação que parece ir na direção dos planos de Efraim Filho de transformar o União Brasil na segunda mais importante legenda do estado.

Um problema no caminho do União Brasil na Paraíba talvez seja a da ambiguidade. Como no plano nacional, onde o União ocupa ministérios do governo Lula mas se diz independente, as articulações podem seguir caminho meio tortuoso.  Ao tentar atrair o prefeito Bruno, a intenção parece ser fazer do União a principal legenda de oposição no estado. Já a articulação com Cícero, aliado do governador João Azevedo, coloca o União na trilha da dúvida. Sem falar que o PT da Paraíba também se juntou a essa articulação de Cabedelo.