Paraíba tem a 4ª melhor renda per capita no Nordeste, mas a 9ª pior do Brasil
O que o governador João Azevedo (PSB) e aliados sustentam sobre um suposto bom momento na economia local não é apenas proselitismo. Efetivamente, os indicadores econômicos da Paraíba têm melhorado, apesar das crises e de alguns sobressaltos no que se refere ao planejamento e ações estratégicas.
Um indicador liberado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no fim de semana traz boas notícias. A renda média familiar per capita do paraibano deu uma razoável melhorada entre 2021 e 2022. Cresceu 20,07%, passando de R$876,00 para R$1.096,00.
Apesar do refluxo econômico gerado pela pandemia, a renda per capita no Estado melhorou em 18,8% na primeira gestão do governador João Azevedo. A média era R$898,00 em 2018 e chegou aos R$1.096,00 em 2020, depois de uma queda na renda nacional em 2020.
Desde 2011, quando o PSB assumiu o governo da Paraíba, com o início do mandato do governador Ricardo Coutinho, até 2022, a renda média familiar dos paraibanos cresceu 40,1%, evoluindo de R$656,00 para R$1.096,00. No recorte apenas das duas gestões de Ricardo, a renda per capita do Estado passou de R$656,00 para R$898,00 (evolução de R$30,4%). Nos quatro primeiros anos da gestão Ricardo Coutinho, a renda média patinou e oscilou positivamente em apenas 3,8%. A melhoria ocorreu apenas no segundo mandato.
Lá atrás, em 1995, quando o governador Maranhão assumiu o comando do governo, a renda per capita do Estado era R$297,02. Quando Maranhão entregou o comando do Estado ao governador Cássio Cunha Lima a rende per capita havia caído para R$292,30 (2002), depois de ter experimento razoável crescimento entre 1997 e 1999 (R$362,69). Cássio entregou novamente a Maranhão com o paraibano acumulando renda média de R$396,60 (2008).
Os registros do IBGE apontam que a renda média familiar per capita dos paraibanos entre os anos 1990 e a primeira década dos anos 2000 esteve sempre entre a terceira ou quarta pior do Nordeste, passando a ser a terceira mais bem colocada na segunda década dos anos 2000, até 2018, quando sofreu baixa e foi ultrapassada primeiro pelos cearenses e agora mais recentemente pelos piauienses, sendo, então, a quarta melhor renda per capita da região.
Interessante se observar como pernambucanos e baianos caíram na média da renda per capita na última década. Os indicadores de 2022 colocam os dois Estados empatados em sexto lugar no Nordeste, com renda média de R$1.010,00), na frente apenas de Alagoas (R$935,00) e Maranhão (R$814,00). A Paraíba perdeu o terceiro lugar para o Piauí (R$1.110,00).
No plano nacional, a Paraíba ocupa o 19º lugar, ostentando assim a nona pior renda per capita entre as unidades da federação brasileira.
O Rio Grande do Norte tem sempre ostentado a melhor renda per capita do Nordeste nos últimos 10 ou 12 anos. O Ceará e o Piauí também têm ascendido bem no período, numa clara evidência do acerto do planejamento estratégico, o que parece ser um sério problema da Paraíba, que é ausência de planos de médio e longo prazo com metas mais ousadas.