Pesquisa IPEC já mostra melhoria de Lula. Como explicar os números?
Para 55% dos entrevistados agora, Lula vai realizar um governo ótimo ou bom.
Em apenas duas semanas, o novo governo, certamente, ainda não conseguiu realizar quase nada, nem seria tempo de avaliação, mas, mesmo assim, o presidente Lula já apresenta ganho de pontos na melhoria de imagem, segundo pesquisa do instituto IPEC, cujos números foram divulgados na noite desta segunda-feira.
Os avanços de imagem de Lula aparecem bem nítidos nos quesitos sobre perspectivas em relação ao novo governo e na avaliação de atitudes do novo presidente. A evolução comparativa se dá com uma pesquisa realizada no início de dezembro.
Para 55% dos entrevistados agora, Lula vai realizar um governo ótimo ou bom. Em 5 de dezembro, eram 50%. Entre os que desacreditam, 21% consideram que Lula fará um governo ruim ou péssimo. No levantamento anterior eram 25%. Para 18%, o novo governo será regular. Antes, eram 20%.
No quesito que cuida de avaliar as atitudes de Lula, 64% responderam ao IPEC que ele está no caminho certo; no levantamento anterior, eram 58%. Para 26%, Lula está no caminho errado; em dezembro, eram 33%.
Noutro item, 54% dos entrevistados dizem confiar em Lula e 41% afirmam não confiar no presidente; 4% não souberam responder.
Na comparação direta, 55% disseram acreditar que o novo governo será melhor do que a gestão de Bolsonaro, 25% acreditam que será pior, 14% avaliam que será igual e 6% não souberam opinar.
A nova pesquisa IPEC foi realizada entre os dias 6 e 10 de janeiro, com aplicação de 2 entrevistas em 129 municípios brasileiros.
O que justifica a melhoria de perspectiva em relação ao novo governo e dos avanços de positividade na imagem de Lula?
O fator principal, com certeza, são as atitudes, a postura, a forma de se relacionar com a imprensa, a sociedade e de lidar com problemas e os fatos. Lula demonstra bem mais equilíbrio, se porta como autoridade, respeita o cargo de presidente, se apresenta como um estadista, diferentemente de Bolsonaro que vivia se atritando diariamente e, muitas vezes, desrespeitando o cargo que exercia. A comparação vale também para a maioria dos ministros.
É possível também que a reação do ex-presidente Bolsonaro ao resultado das urnas, se isolando totalmente no Palácio do Planalto, não reconhecendo oficialmente o novo presidente e ainda deixado o país antes do final do governo para não transmitir o cargo, tenha contribuído para piorar sua imagem e elevar os índices de Lula.
Não se pode deixar de mencionar que, apesar dos poucos dias, o novo governo já anuncia medidas que geram esperança de melhoria no país, o que também resultada em números positivos para a imagem de Lula.
Tenha-se em mente, porém, que, com pouco mais de duas semanas de governo, ainda é muito cedo para avaliações e comparações.
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