Previsões políticas: céu de brigadeiro para João. E isso é bom ou ruim para a Paraíba?
A eleição consolidou o processo de renovação geracional que vinha se pronunciando
O governador João Azevedo (PSB) recebe seu diploma de governador para um segundo mandato na Paraíba vislumbrando um amplo céu de brigadeiro pela frente. Não existe, nem se formando, perspectivas de nuvens escuras ou mais densas em seu plano de voo político-administrativo. Por enquanto, pelo menos.
A eleição consolidou o processo de renovação geracional que vinha se pronunciando. De um lado, os políticos mais antigos parecem definitivamente fora do processo, embora os ex-governadores Ricardo Coutinho (PT) e Cássio Cunha Lima, ainda que muito remotamente, ainda tenham condições de reabilitação para a política. De outro lado, as novas lideranças só agora começam a aparecer no radar da disputa pelo controle de poder no Estado. João Azevedo ganhou a transição e parece que não terá obstáculos para atravessá-la.
O quadro que se apresenta é o de que, até o período pré-eleitoral de 2026, o governador João Azevedo desfrute de folgada maioria na Assembleia e com oposição moderada dentro e fora no Legislativo. Os nomes que podem fazer frente ao governo são os mesmos que já estão em campo e, sem querer menosprezá-los, não parecem com cancha para criar maiores problemas.
É por essa e outras razões que o governador parece bem confortável na Granja e, sequer, abre discussão ou libera informações sobre possíveis mudanças na equipe de governo, mesmo que, em virtude das novas alianças da última campanha, talvez seja obrigado a fazer mudanças.
Pelo visto, o piloto quer mexer em poucas peças de sua aeronave administrativa. Sem qualquer acossamento ou cobrança mais explícita, pode deixar para última hora. Talvez só na véspera da posse. Talvez no dia seguinte. Permitir um debate sobre reforças da equipe agora seria o mesmo que mexer em vespeiro. Anunciar qualquer nome seria o equivalente a assanhar o enxame. A vitória nas urnas parece ter dado a João uma capa com certa impermeabilidade para questionamentos político-administrativas.
Na mesma pegada do “sigilo” sobre possíveis mudanças na equipe de gestão, o governador João Azevedo vem segurando anúncios em relação a programas, planos e projetos para o segundo mandato. A exposição que se tem é a da campanha eleitoral. Talvez o plano seja surpreender a partir da primeira semana de janeiro, numa estratégia bolada pelo marketing.
Diferentemente de tudo que ocorreu na história mais recente da Paraíba, a verdade é que o governador João Azevedo não tem - e provavelmente não terá - obstáculos políticos para realizar um grande governo, a não ser a própria falta de uma oposição vigilante e consequente. Governar sem oposição, na maioria das vezes, não é bom para o governante, a gestão, para o povo nem para a democracia.