Por que os candidatos a governador na Paraíba passaram aos ataques na propaganda
A penúltima semana de campanha do segundo turno das eleições para governador na Paraíba foi marcada por ataques de ambos os lados na propaganda eleitoral. A propaganda de João Azevedo (PSB) tem ligado o candidato Pedro Cunha Lima (PSDB) a escândalos e fatos negativos da gestão Cássio Cunha Lima e a campanha do tucano tem associação o governador à Operação Calvário.
Tudo leva a crer que a última semana de campanha também será marcada pela propaganda negativa e talvez com ataques ainda mais intensos dos dois lados.
Por que, então, a campanha, que pareceu até civilizada no primeiro turno e nas duas primeiras semanas do segundo turno, passou ao pugilato agressivo no tatame das mídias oficiais e não oficiais?
Existem duas explicações plausíveis.
Uma razão estaria ligada ao baixo nível de indecisos revelados pelas pesquisas de intenção de voto. O levantamento do instituto Ipec, divulgado pela Rede Paraíba de Comunicação, na última quinta-feira, registra que haveria um índice de apenas 4% de indecisos. As pesquisas de consumo interno também devem estar captando patamares reduzidos de eleitores indefinidos.
E por que o baixo índice de indecisos impulsionaria os ataques entre os candidatos?
Simples. Sem disponibilidade de votos na praça, os candidatos precisam “roubar” do concorrente. Para tanto, precisam descontruir a imagem do adversário, gerar dúvidas, criar repulsa do eleitor em relação ao concorrente. Os ataques tentam desestabilizar o oponente. Por isso, geralmente, apela-se para tudo nessa fase da campanha.
A outra razão é histórica. Não existem registros de campanha eleitoral civilizada e de alto nível na Paraíba. Ao contrário, as campanhas, em geral, são virulentas. Graças aos perfis do governador João Azevedo e do deputado Pedro Cunha Lima, que, pela origem política ou pelas atitudes, se mostram um tanto diferentes das lideranças mais antigas, que construíram imagens e lideraram esquemas políticos radicalizando e polarizando o debate, a atual campanha foi bem amena, até duas uma semana atrás.
Quem conhece a política da Paraíba sabe que chega a um momento em que aliados e assessores das antigas interferem e põem a campanha do leito caudaloso da baixaria. É velha praxe de volta.