Nilvan deve virar alvo de Veneziano e Pedro na disputa por vaga no 2º turno
O debate com os candidatos a governador na TV Borborema, em Campina Grande, e a movimentação que se seguiu nas redes sociais oferecem uma clara sinalização do que vai se suceder na campanha eleitoral na Paraíba daqui pra frente.
Os sinais são de que os três principais candidatos de oposição – Pedro Cunha Lima (PSDB), Nilvan Ferreira (PL) e Veneziano Vital do Rêgo (MDB) – vão se digladiar fortemente para tentar conquistar a segunda vaga para a disputa do segundo turno.
Uma das razões é que os estrategistas das três campanhas já perceberam que a tática (usada por todos) de tentar polarizar com o governador João Azevedo não surtiu o efeito desejado. Além do governador se esquivar da polarização, deu para anotar que, pelo menos agora, nenhum candidato vai se destacar centrando fogo no governo.
Outro motivo é que o tempo está passando rapidamente e os três aparecem rigorosamente empatados nas pesquisas de intenção de voto, permitindo a análise de que as promessas de campanha, os discursos, os programas e inserções de televisão e os esquemas partidários montados não foram suficientes para fazer qualquer um se desgarrar os demais.
Em contexto assim, é próprio das campanhas políticas que os concorrentes partam para a desconstrução do adversário. É o que vai ocorrer nos próximos dias.
Os primeiros indicativos se apresentam no sentido de que um dos três vai virar alvo dos outros dois, embora as táticas devam ser distintas. Uma se revelará mais sútil; a outra, mais contundente.
O alvo deverá ser o candidato Nilvan Ferreira. Talvez por ser candidato do esquema partidário mais reduzido e não integrar grupos tradicionais da política local, Nilvan parece dispor de flancos mais abertos, sobretudo, em relação ao financiamento de campanha.
Existem também razões de natureza política específicas para o reposicionamento dos candidatos. Estrategistas ligados ao candidato Veneziano Vital do Rêgo, por exemplo, avaliam que uma certa nacionalização da campanha, com uma polarização direta com Nilvan, poderia beneficiá-lo como candidato de Lula. A ideia seria confrontar Nilvan com Bolsonaro para tentar atrair eleitores ligados ao petista ainda indecisos do Estado.
No caso de Pedro, a tática seria mais sutil. O esmorecimento da candidatura de Nilvan ocorreria pela intensificação da aproximação com Bruno Roberto, candidato a senador do PL, fato que estimularia boatos de adesões, renúncias e outros divisionismos.
Pode ser que os sinais não se confirmem, mas os ventos que costumam trazer os tufões para as campanhas eleitorais estão rondando.