Candidatos fazem críticas duras, apresentam planos, mas realizam debate tático na TV Tambaú
A Rede Tambaú de Comunicação (RTC) realizou o penúltimo debate em televisão aberta com os candidatos a governador da Paraíba nesta quinta-feira (15/09). Talvez o mais importante dos debates, uma vez que, agora, os candidatos já conhecem seus adversários, imaginam também saber o que o eleitor quer ouvir e precisam ajustar os planos para as duas últimas semanas de campanha.
O embate foi duro, com críticas diretas pronunciadas a pouco mais de um metro de distância do oponente, mas não teve baixaria. O governador João Azevedo, como tem ocorrido, foi alvo de todos. Na maioria das vezes, os opositores optam por desconhecer o governo e o governador apresenta suas ações em contraposição.
Os temas principais das controvérsias são segurança pública, saúde, concursos, educação e impostos. A oposição traça um quadro meio caótico e o governador relata realizações pintando um quadro de satisfação. São situações da campanha que vão exigir posicionamento do eleitor. O debate só expõe.
Embora quase nunca revelem como vão fazer, o debate da TV Tambaú foi repleto de discussões sobre proposições para a solução de problemas do Estado e seu desenvolvimento.
Muitos temas acabaram abordados várias vezes, com cada candidato tentando mostrar seu jeito de compreender a situação econômica e social do Estado. A questão da segurança foi abordada por todos os candidatos (pelo menos 8 vezes), a saúde mereceu 4 menções, a geração de emprego 5, a educação 4, concursos públicos 4, segurança hídrica 3, energias renováveis 3, violência contra a mulher 3, fome e ações sociais 6, corrupção 3 vezes, além de agricultura, ambiência par negócios, etc. Um leque amplo para a definição do eleitor.
Para os candidatos, porém, o debate da Tambaú parece ter sido, sobretudo, um evento tático, talvez de testes e ajustes para a reta final da campanha.
O governador João Azevedo, por exemplo, vinha evitando polarizar diretamente com qualquer dos candidatos, mas topou bater de frente com Nilvan Ferreira. No primeiro bloco foi chamado para o ringue pelo candidato do PL; no segundo, tomou a iniciativa de chamar o adversário para a briga. Ouviu provocações fortes, mas, para os dois, se cumpriu o traçado tático. João polariza com Nilvan para tentar tê-lo como adversário no 2º turno. Nilvan avalia que a polarização com João pode levá-lo ao 2º turno.
Todos os candidatos, inclusive aqueles dos partidos da esquerda mais radical (PCO e PSTU), buscaram isolar Pedro Cunha Lima e Veneziano Vital do Rêgo, não os dirigindo perguntas. João e Nilvan para não os valorizar na reta final da campanha; os candidatos de esquerda por razões mais ideológicas.
Veneziano focou em críticas ao governo e puxou Nilvan para uma discussão sobre juros e a economia nacional. O objetivo era mostrar que um é lulista e o outro bolsonarista. Nilvan comprou a briga. Os dois buscam mais transferência de voto de seus padrinhos políticos nacionais para tentar chegar ao 2º turno.
O candidato Pedro Cunha Lima não saiu do tom calmo. Manteve a tática de defender planos de governo, evitar brigas e focar na educação. Acredita que a Paraíba está cansada de brigas e pode ser adotado especialmente pelos eleitores não ideológicos.
Costuma-se esperar confrontos resvalando para a baixaria em debates de candidatos na Paraíba, que acabam infrutíferos e pouco úteis para o Estado. O debate da TV Tambaú, ao contrário, foi produtivo e conscientizador da capacidade de cada candidato. Talvez já existam elementos para escolher.