(Foto: TSE/Divulgação)

Uma campanha eleitoral não é feita somente de programas de rádio e televisão, debates, caminhadas, carreatas, motociatas e o corpo a corpo para o contato diretor com o eleitor. Fatores externos, às vezes, mesmo não sendo decisivos, ajudam.

É o caso do atual momento da campanha eleitoral para governador na Paraíba. Na prática, a impressão que se tem é que quase todas as campanhas estão dependendo de fatos e circunstâncias de fora para ajudar na definição nesta reta final.

O governador João Azevedo tem menos problemas neste primeiro turno, mas almeja passar para o segundo com um percentual mais elevado de votos (algo próximo dos 40%), para fazer um segundo turno com mais segurança. Acaba de ser contemplado com três notícias que podem ajudá-lo bastante nas duas próximas semanas.

Em pouco dias, a gestão de João ganhou a notícia de que a Paraíba ficou em 1º lugar no ranking de competitividade do Nordeste, envolvendo segmentos como segurança pública, infraestrutura e inovação; melhorou nos índices de educação nas notas do Ideb (o Ensino Médio subiu de 3,6 para 3,9 e a Paraíba passou do 17º para o 12º lugar no ranking de ensino público dos Estado) e, neste início de semana, o governo recebeu comunicação da Secretaria do Tesouro Nacional informando que o Estado ficou em 1º lugar no ranking de gestão fiscal pelo segundo ano consecutivo.

Dificilmente essas informações vão servir para mudar o voto deste ou daquele eleitor. Mas vai compor a imagem do governo e reduzir impactos de críticas da oposição, que vinha atacando a educação e uma suposta paralisia do governo. O governador João Azevedo ganhou dados para combater os três principais candidatos oposicionistas na reta final da campanha e essas notícias positivas, em certa medida, esvaziam pontos principais do discurso dos opositores. Além de ajudar agora, vão servir no 2º turno.

Dos outros três candidatos, Veneziano Vital do Rêgo (MDB) é, talvez, o que disponha de fatores externos mais auspiciosos. Trata-se do registro de crescimento de candidatos a governador vinculados ao ex-presidente Lula no Nordeste. Acredita-se que pode ser uma onda que também contemplaria a campanha do PT na Paraíba.

Os estrategistas da campanha do deputado Pedro Cunha Lima (PSDB) estão apostando em dois fatores externos nessas duas próximas semanas. Um deles seria o campinismo, ou seja, um crescimento mais acentuado de seus índices de intenção de voto em Campina Grande, reduto político histórico da família; outro, seria uma espécie de voto útil, originário dos segmentos seguidores do conservadorismo cristão, sobretudo, os mais esclarecidos.

O candidato Nilvan Ferreira (PL) aposta tudo que, nesta reta final de campanha a polarização nacional levará a que os bolsonaristas decidam votar em bolsonaristas autênticos. E ele, certamente, seria o beneficiado da casadinha eleitoral.

As cartas estão na mesa para quem quiser apostar.