Nota de Bruno Roberto sobre rompimento de suplente é notícia de crime eleitoral
Abram aspas para uma declaração do candidato a senador pelo PL, Bruno Roberto, em nota pública, sobre o rompimento do segundo suplente em sua chapa, pastor Isaac Venerando, e o imediato anúncio de apoio à candidatura Efraim Filho (União): É profundamente triste que candidatos estejam usando a força do poder econômico para transformar as eleições deste ano em um verdadeiro leilão, negociando apoios em troca de vantagens pessoais, atacando a legislação eleitoral, traindo suas alegadas convicções cristãs e comercializando a confiança de pessoas de bem. Fecha aspas.
O que essa frase significa?
Sem tergiversação, Bruno Roberto revela uma ação de negociação de apoio político. Observe-se que ele usa expressões como “usando a força do poder econômico”, “verdadeiro leilão e “negociando apoios em troca de vantagens pessoais”, entre outras. Escancara uma suposto crime eleitoral. Simples assim.
No caso concreto, a nota distribuída por Bruno dá a entender que o concorrente Efraim Filho atraiu o apoio do pastor Isaac Venerando em troca de vantagens pessoais, com insinuação direta de uso do poder econômico.
Dessa forma, Efraim teria praticado conduta ativa, arrematando, em um suposto leilão (quem dá mais), o apoio de Venerando, que, na condição de produto arrematado, seria a agente passivo da negociação.
Mas o trecho da nota do candidato a senador pelo PL, mencionada acima, complica a situação um pouquinho mais. Se refere a um “leilão” de negociação de apoios em função das eleições. Como não menciona nomes de outros agentes, é lícito supor que o candidato que perdeu o apoio do próprio suplente seria o outro ou um dos arrematantes. Ou seja, Bruno Roberto estaria totalmente envolvido nos fatos denunciados.
Sem precisar de muitos esforços de análises, a nota distribuída por Bruno Roberto e publicada amplamente na imprensa se constitui verdadeira notícia crime. Há indicativos de crime eleitoral. Compra de apoio político. O Ministério Público Eleitoral não abre a investigação se não quiser.