Reta final da campanha na Paraíba será com emoção
Pesquisa IPEC revelou as intenções de voto nesta quinta-feira (22).
Embora a campanha eleitoral na Paraíba tenha se desenrolado meio morna, a reta final promete mais emoção. É o que se pode esperar a partir dos resultados das pesquisas de intenção de voto, especialmente essa do IPEC (substituto do Ibope), contratada e divulgada pela Rede Paraíba de Televisão.
Não que tenham aparecido novidades substanciais, mas apresenta um quadro que obriga todos os candidatos a se mexerem mais intensamente nos próximos 9 dias.
Mesmo o governador João Azevedo (PSB), que vem evoluindo em todos os levantamentos, não pode descuidar. No Ipec, João subiu de 32% para 35%. Tem uma situação confortável agora, na disputa em primeiro turno, mas, diante do cenário de 2º turno com o deputado Pedro Cunha Lima (44% a 36%), talvez seja recomendável melhorar um pouco mais ainda agora para chegar com mais força no 2º tempo.
A pesquisa Ipep confirma Pedro Cunha Lima (PSDB), com 20%, como o segundo nome para o 2º turno e, agora, com uma vantagem de 5 pontos percentuais sobre o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), que aparece com 15%. O primeiro evoluiu 4 pontos e o segundo oscilou 1 ponto para baixo.
O levantamento pode ter captado três movimentos em favor de Pedro: o peso da camisa (família Cunha Lima, tradicional grupo da política estadual), a capilaridade do PSDB e outras forças de oposição e o jeito de bom moço que tem passado na propaganda. Tanto que a rejeição de Pedro caiu de 19% para 12%.
Um dos fatores da emoção na reta final da campanha, é que Veneziano Vital e Nilvan Ferreira, com 14%, se mantêm bem na disputa pela segunda vaga no 2º turno. Há empate técnico, considerando-se os limites da margem de erro, entre os três.
Nilvan e Veneziano têm feito campanhas muito vinculadas aos seus respectivos candidatos à Presidência da República, Bolsonaro e Lula. Há vantagens, sobretudo, nessa reta final quando a polarização nacional pode ajudar a fixar votos mais ideológicos ou de paixão. Mas existem desvantagens. Uma delas pode ser o esgarçamento do limite de transferência de voto.
No quesito rejeição, Veneziano tinha 22% e caiu para 16%, Nilvan tinha 19% e subiu para 23%. João tinha rejeição de 28% e caiu para 20%. Pedro tinha 19% e caiu para 12%. São índices baixos em relação, por exemplo, aos principais candidatos a presidente da República.
O que vai decidir essa disputa pela segunda vaga para o 2º turno: detalhes na campanha. Já se percebe, por exemplo, que Veneziano reforçou a presença de Lula em sua propaganda e tem realizado mais eventos de rua; Pedro parece voltado a focar em grandes eventos em Campina Grande, mas, sutilmente, inclina sua propaganda para atrair votos do campo conservador (passou a defender a redução de impostos) e Nilvan deve aprofundar críticas ao governador e participar de eventos bolsonaristas.
A sorte está lançada.
Mais emoção
Emoções mais fortes talvez estejam reservadas para a disputa para o Senado. O ex-governador Ricardo Coutinho perdeu 3 pontos percentuais e agora está com 27%, Efraim tinha 20% e subiu para 25%, ficando tecnicamente empatado com o candidato petista. Pallyanna Dutra tinha 8% e agora está 12%.
A pesquisa Ipec sinaliza que os números de Ricardo começam a sofrer os abalos do indeferimento da candidatura pela Justiça Eleitoral. Vai continuar caindo? É possível.
A questão é saber a intensidade desse movimento e para vão os votos que estão se desligando de Ricardo.
Embora a pesquisa Ipec tenha indicado um cenário, a disputa para o Senado parece ainda estar em aberto.