O esforço do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (Progressistas), para reaproximar o governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), e o prefeito de Cabedelo, Vitor Hugo (União), ainda não teve o desfecho esperado. Questionado nesta terça-feira (5) sobre o pedido de perdão feito recentemente pelo prefeito da cidade portuária, o governador não se estendeu no assunto.

"Quem sou eu para desculpar, perdoar. Isso é coisa de Deus. Deus é quem perdoa as pessoas”, respondeu João. Na semana passada, em entrevista ao podcast Intrometidos, Vitor Hugo relatou não lembrar do episódio "desrespeitoso" apontado pelo governador durante a última campanha, mas mostrou disposição em ter uma boa relação com João.

“Ele deu uma entrevista em que colocou que fui deselegante na campanha contra ele e não queria aproximação nem diálogo comigo. Quero aproveitar a oportunidade porque, primeiro, não me lembro desse episódio e se fiz, fiz no calor da emoção de uma campanha. Estou me desculpando, publicamente, com o governador se caso o ofendi durante o pleito que votei em Pedro e não votei nele”, declarou Vitor Hugo.

Por trás do gesto de Vitor Hugo existe uma tentativa clara de Cícero Lucena em evitar que a situação de Cabedelo continue afetando a manutenção da aliança em João Pessoa. Apesar do governador destacar que as divergências na cidade vizinha não devem interferir necessariamente na capital, a falta de reciprocidade é um dos fatores constantemente apontados dentro do PSB como um motivo para não prosseguir com a aliança.

No mesmo evento em que o governador ignorou o aceno do prefeito de Cabedelo, Cícero amenizou o clima ruim. "Eu não tive ainda a oportunidade de conversar com o governador sobre esse assunto. Eu vi e ouvi o gesto de Vitor Hugo e sei da grandeza do governador João Azevedo, que é muito mais voltado para cuidar do estado do que ficar metido em alguns problemas que por ventura a política tenha proporcionado. Eu, se depender de mim, eu trabalharei nesse sentido (da união). Agora, efetivamente isso é possível se os dois assim desejarem", afirmou Cícero.